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Trump aumenta pressão sobre Zelensky antes de cúpula com europeus: ‘Pode encerrar guerra’

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aumentou a pressão sobre seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, antes de uma cúpula em Washington com líderes europeus nesta segunda-feira, 18, afirmando que ele poderia encerrar a guerra “quase imediatamente” se quisesse. O presidente americano também descartou permitir que a Ucrânia se junte à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) ou retome controle da Crimeia, ocupada pela Rússia desde 2014, como parte das negociações de paz com Moscou.

Trump publicou os comentários em sua rede social, a Truth Social, na noite de domingo 19, horas antes de se encontrar com Zelensky e os líderes do Reino Unido, Finlândia, França, Alemanha, Itália, União Europeia e Otan no Salão Oval, em meio a temores de que o presidente americano tente pressionar Kiev a aceitar um acordo favorável ao Kremlin.

“O presidente Zelensky, da Ucrânia, pode encerrar a guerra com a Rússia quase imediatamente, se quiser, ou pode continuar lutando”, postou Trump. “Não há como devolver a Crimeia dada por (Barack) Obama (12 anos atrás, sem disparar um tiro!), e a Ucrânia não pode entrar na Otan. Algumas coisas nunca mudam!!!”, acrescentou. Um minuto depois, ele publicou que seria uma “grande honra” receber tantos líderes europeus simultaneamente na Casa Branca.

Os comentários dispararam alarmes entre diplomatas europeus. Durante sua última visita à Casa Branca, em fevereiro, Zelensky virou saco de pancadas do presidente americano e seu vice, J.D. Vance, que o acusaram de ingratidão e desrespeito e lhe disseram: “Você não está em uma boa posição. Você não tem as cartas certas agora” — insinuando que quem tinha as cartas eram Trump e o presidente russo, Vladimir Putin.

Na noite de domingo, ao chegar a Washington, D.C., para a cúpula desta segunda, o líder ucraniano disse esperar que a “força compartilhada” da Ucrânia com os americanos e seus homólogos europeus leve a Rússia à paz.

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“Sou grato ao presidente dos Estados Unidos pelo convite. Todos nós queremos igualmente encerrar esta guerra de forma rápida e confiável”, postou Zelensky em seu canal no aplicativo de mensagens Telegram. “E espero que nossa força compartilhada com os Estados Unidos e nossos amigos europeus leve a Rússia à paz verdadeira.”

Trump se reunirá primeiro com Zelensky às 13h15 locais (14h15 em Brasília) no Salão Oval e, em seguida, com os líderes europeus no Salão Leste às 15h (16h em Brasília), informou a Casa Branca.

Cúpula com Putin

Mesmo antes dos comentários de Trump no domingo, Kiev enfrentava uma difícil tarefa: reverter os danos causados pela cúpula Trump-Putin na última sexta-feira, que não teve avanços concretos em direção à resolução do conflito, mas retirou o líder russo de seu isolamento internacional. Apesar disso, o presidente americano acusou a mídia de deturpar seu “grande encontro no Alasca” e afirmou ter feito “grande progresso” em relação à Rússia, sem dar detalhes.

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No encontro desta segunda-feira, os líderes europeus devem reafirmar seu apoio à integridade territorial da Ucrânia e oposição a qualquer plano para trocar de terras que recompense a agressão russa. Também pode estar na pauta quais garantias de segurança os Estados Unidos estão dispostos a oferecer em caso de um acordo, uma demanda ucraniana para encerrar a guerra sem correr risco de uma futura invasão.

Mikhail Ulyanov, enviado da Rússia a organizações internacionais em Viena, afirmou na manhã desta segunda que a Rússia concorda que qualquer futuro acordo de paz com a Ucrânia deve fornecer garantias de segurança a Kiev, mas a Rússia “tem o mesmo direito de esperar que Moscou também obtenha garantias de segurança eficientes”.

O enviado especial de Trump, Steve Witkoff, disse à emissora americana CNN que Putin havia concordado pela primeira vez que os Estados Unidos e a Europa fornecessem proteção à Ucrânia como parte de um acordo. Isso estaria fora dos auspícios da Otan, mas seria equivalente ao pacto de autodefesa do Artigo 5 da aliança, indicou Witkoff — aquele em que todos os membros são implicados caso um deles seja agredido.

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