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PM que matou marceneiro que saia do trabalho em Parelheiros é preso

O policial militar Fabio Anderson Pereira de Almeida, 35, foi preso no sábado, 17, pela morte do marceneiro Guilherme Dias Santos Ferreira, que estava saindo do trabalho na estrada Ecoturística de Parelheiros, na zona sul da capital, no início de julho, e corria para pegar um ônibus e ir para casa quando foi baleado três vezes, uma dela na cabeça. 

Ele foi encaminhado ao Presídio Militar Romão Gomes (PMRM), passou por audiência de custódia e teve a prisão mantida, informaram a Secretaria de Segurança Pública e o Tribunal de Justiça de São Paulo.

No dia do crime, Fabio de Almeida foi preso em flagrante, mas alegou ter confundido a vítima com um ladrão, pagou fiança de 6.500 reais e foi liberado para responder em liberdade. Ele foi afastado das funções operacionais da polícia e estava trabalhando apenas no setor administrativo da corporação desde então.

No entanto, na última quinta-feira, 14, ele foi denunciado pelo Ministério Público à Justiça pelo crime de homicídio doloso (quando há intenção de matar) com motivo torpe e impedimento de defesa da vítima. A instituição também solicitou a prisão preventiva dele, alegando que a manutenção de sua liberdade atrapalhava as investigações e amedrontava as testemunhas.

As investigações do caso prosseguem pelo Departamento de Homicídios da Polícia Civil, que aguarda a emissão dos laudos periciais para concluir e relatar o inquérito.

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Pedido de prisão do Ministério Público

No documento, o Ministério Público, com base em imagens de câmeras de segurança, afirma que o policial atirou na vítima pelas costas, tendo um dos tiros acertado a cabeça, provocando a morte por traumatismo cranioencefálico.

Para o promotor Everton Luiz Zanella, que assina a denúncia, a fiança jamais deveria ter sido aplicada no caso, já que ela só é prevista para situações culposas, quando não há intenção de matar: “Incorretamente aplicada pela autoridade policial, pois é óbvio, desde o início, que a conduta é dolosa [quando há intenção de matar] e jamais culposa”.

“O denunciado praticou crime gravíssimo, de natureza hedionda – homicídio qualificado consumado, com emprego de arma de fogo. Trata-se de um policial militar que, demonstrando total descompasso com sua honrada função pública, matou, pelas costas, um trabalhador (Guilherme) que corria para pegar um ônibus, simplesmente por acreditar que ele poderia ser um roubador. O denunciado, de forma completamente desarrazoada e injustificável, disparou 3 vezes e, além de atingir a vítima visada, também acertou terceira pessoa (Millena), colocando várias outras em perigo, notadamente os transeuntes da via pública. A conduta é completamente inaceitável, eivada de torpeza e caraterizada pela existência de recurso que impediu a reação do ofendido”, diz a denúncia do MP.

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Relembre o caso

Em um dia de folga, o policial militar Fabio Anderson Pereira de Almeida sofreu uma tentativa de assalto, mas reagiu, fazendo os criminosos fugirem. No entanto, pouco depois da situação, ele viu o marceneiro Guilherme Dias Santos Ferreira correndo para pegar um ônibus, acreditou ser um dos bandidos e disparou três tiros contra ele, pelas costas.

O caso aconteceu por volta das 22h30, na zona sul de São Paulo, quando o marceneiro, após fazer horas extras no trabalho, voltava para casa. Ele morreu no local logo após um dos disparos acertar sua cabeça. Junto do corpo dele foram encontrados celular, carteira, uma bíblia, um recipiente de marmita e remédios.

O policial militar foi preso em flagrante por homicídio culposo (quando não há a intenção de matar) na mesma noite, mas pagou fiança de 6.500 reais e aguardava o inquérito em liberdade, de acordando com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. Ele foi afastado das atividades operacionais.

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