Cotada a representar o espólio do marido nas próximas eleições, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro subiu o tom neste sábado, 16, contra o presidente Lula e o governo do PT, atacou a atuação diplomática do Brasil frente às sanções dos Estados Unidos e defendeu a volta de Jair Bolsonaro, que está inelegível, ao Palácio do Planalto em 2027.
As declarações foram feitas durante um evento em Natal, no Rio Grande do Norte, que marcou o encerramento do Rota 22, programa capitaneado pelo PL, o seu partido, destinado a fazer uma espécie de doutrinação sobre as bandeiras da direita. Também participaram do ato o senador Rogério Marinho (PL-RN) e o dirigente Valdemar Costa Neto.
Em seu pronunciamento, Michelle acusou Lula de cortar benefícios sociais dos mais vulneráveis e de tirar a comida do prato dos brasileiros. “Um homem que, por maldade, para o fornecimento de água para dizer: ‘Deus é tão bom que deixou o povo do Nordeste sem água para me trazer como salvador para trazer água para o povo’. Maldito, pensamento maligno. Se autointitula o pai da pobreza, e está trazendo as pessoas para a miséria. Nós não vamos mais aceitar essas falácias. Mentirosos (sic), cachaceiro, pinguço, irresponsável. É isso que ele é”, disse Michelle. (veja vídeo abaixo)
A ex-primeira-dama, na sequência, criticou os eleitores petistas. “Meus amados, não tem problema você votar uma vez no PT. Mas votar duas, três já é burrice. Você precisa se libertar dessa burrice política”, afirmou. Michelle é um dos nomes especulados para disputar a eleição em 2026. De acordo com Datafolha do início do mês, ela tem 24% das intenções de voto, contra 39% do presidente Lula.
‘Vai para Beto Carreiro World’
Michelle Bolsonaro também ironizou a atuação do presidente para tentar contornar o tarifaço imposto pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros e disse que Lula, “em seus devaneios etílicos”, fala o que não deve e faz uma “diplomacia nanica”.
“Foi oferecer jabuticabas para o [Donald] Trump, agora nós estamos colhendo abacaxis. (…) Sanções são para países que estão prestes a perder a sua liberdade. Sanção vem para países ditadores, e pela misericórdia de Deus, ainda não somos por conta do trabalho, da força, da resistência de cada um de vocês que estão aqui e que vão para as ruas exigir liberdade e anistia para aqueles que estão presos”, discursou a ex-primeira-dama.
Ela também ironizou os gastos do governo federal e afirmou que a atual gestão é representada por “socialistas sem vergonha”.
“Vai ser igual o [Pepe] Mujica [ex-presidente do Uruguai], que era exemplo de socialista raiz, dente podre, casa caindo aos pedaços, carro quebrado. Quer ser socialista de iPhone? Está tristinho porque perdeu o visto? Vai para o Beto Carreiro World”, discursou.
Bolsonaro ‘vai voltar’
Michelle também comentou sobre a situação do marido, que está preso em regime domiciliar sob a suspeita de tentar obstruir as investigações contra ele por uma tentativa de golpe. O Supremo Tribunal Federal (STF) começará o julgamento do inquérito em setembro e, se condenado, o ex-presidente pode pegar até 40 anos de prisão.
Em casa, disse Michelle, Bolsonaro está “igual siri na lata” com vontade de “voltar, trabalhar, viajar e vencer as eleições em 2026”.
Sem dar nomes, a ex-primeira-dama chamou os atuais parlamentares de “moleques” e “frouxos” que não respeitaram o voto que receberam e defendeu uma mudança de postura nas próximas eleições.
“Para que a gente possa em 2026 eleger o maior número de senadores, deputados federais, governadores e para a Presidência tem nome e sobrenome: é Jair Messias Bolsonaro. Ele vai voltar. A justiça vai ser feita. Deus conhece o coração daquele homem”, afirmou.
Michelle Bolsonaro ataca o presidente Lula