Em clima de campanha, uma agenda de segurança na Baixada Fluminense, nesta segunda-feira, 09, reuniu em um mesmo palanque o governador Cláudio Castro (PL) e o presidente da Assembleia Legislativa (Alerj), Rodrigo Bacellar (União Brasil), além de Antonio Rueda e Ciro Nogueira, que agora comandam juntos a federação União Progressista (União Brasil e PP). O evento, para a inauguração de uma nova base operacional da polícia em Belford Roxo, acontece após um fim de semana crítico para a segurança do estado. Ontem, Castro exonerou os comandantes do Bope e do Comando de Operações Especiais (COE), numa crise desencadeada por uma ação desastrosa da tropa de elite da PM no Morro Santo Amaro, na Zona Sul do Rio.
Na madrugada de sábado, seis pessoas foram baleadas numa festa junina que animava a comunidade. O office boy Herus Guimarães Mendes da Conceição, de 24 anos, acabou morrendo. Os tiros, segundo moradores, começaram com a chegada do Bope. O secretário da PM, coronel Marcelo de Menezes, já admitiu erro na operação. O oficial também participou da badalada agenda que reuniu caciques da política, numa demonstração de força de Bacellar. O deputado trabalha para reunir a centro-direita em torno do seu nome a governador em 2026.
Belford Roxo, palco da cena de hoje, é governada por Márcio Canella (União Brasil). Castro disse que o grupo estava ali junto para “entregar resultados concretos”. “Trazer o Proeis para Belford Roxo é garantir que as mães levem suas crianças para a escola com tranquilidade, que os pais de família trabalhem e retornem protegidos para casa”, declarou o governador, no bairro de Heliópolis.
A unidade inaugurada tem como objetivo reforçar o patrulhamento ostensivo da PM na cidade, contando diariamente com 60 agentes em Regime Adicional de Serviços (RAS), divididos em dois turnos.
Policiais afastados
Além de exonerar o comandante do Bope, coronel Aristheu Lopes, e o do COE, coronel André Luiz de Souza Batista, o governador afastou 12 policiais que participaram da operação no Santo Amaro, favela entre os bairros da Glória e Catete. Ontem, familiares de Herus e moradores lideraram um protesto pela região. O clima era tenso, e policiais acompanhavam a movimentação. Na subida da comunidade, um carro conduzido por um policial civil de folga tentou avançar sobre os manifestantes. O agente ainda deu dois tiros para o alto, sendo detido.
O governador divulgou nota ontem lamentando a morte de Herus e prometendo investigações rápidas e rigorosas pela Polícia Civil e pela Corregedoria da PM. Imagens das câmeras corporais serão analisadas, e as armas dos policiais passarão por perícia.