Um grande incêndio florestal devastou um subúrbio de Madri, capital da Espanha, nesta segunda-feira, 12, sendo responsável pela morte de um romeno de 50 anos, cuja identidade não foi divulgada, que tentava salvar cavalos em um estábulo. Ele não conseguiu, e os 26 animais morreram carbonizados. O homem, que teve 98% do corpo queimado, chegou a ser levado de helicóptero a um hospital, mas não resistiu.
“Estamos sob extremo risco de incêndios florestais”, alertou Jesús Moreno García, prefeito de Tres Cantos, um dos municípios gravemente atingidos, no X, antigo Twitter. “Vamos ter muito cuidado.”
el segundo de Tarifa y de nuevo en Tres Cantos, ardiendo sin control, se debería invertir más en prevención de los mismos, pero el dinero es para esnifar y follar.#TresCantos#incendio #incendiotrescantos pic.twitter.com/3ZQjnCUwnD
— 𝐫𝒶𝓕𝔸𝐭𝔯𝕖𝔧Ø (@rafatrej0) August 11, 2025
Tres Cantos foi devastada pelas chamas, que avançaram por 1000 hectares. Por lá, ao menos 180 pessoas tiveram de ser retiradas de suas casas, enquanto rajadas de 70 km/h alastravam o fogo. Casas foram reduzidas a destroços, como foi o caso da residência da família de Dolfo López. Os pais de Dolfo moravam no local há 25 anos. O filho, que vive na França e visitava o subúrbio, notou a intensidade do incêndio e levou a família para um hotel. Quando retornaram, restavam apenas esqueletos do antigo lar.
“Pelo menos é só a casa”, disse ele, tentando enxergar o melhor de uma situação duríssima. “Vamos ver o que acontece agora, mas pelo menos todos estão seguros e meus pais estão bem. Dá para reconstruir uma casa…”

Mais de 3.700 pessoas foram evacuadas de 16 municípios que registraram focos de incêndio na região noroeste de Castela e Leão. O fogo incontrolável danificou o sítio de mineração da era romana em Les Médulas, patrimônio mundial da Unesco. Autoridades de Galícia informaram que 3.000 hectares foram arrasados na província de Ourense.
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Estrago no Mediterrâneo
Vários países do Mediterrâneo, como França, Itália, Grécia, Turquia e, claro, Espanha, foram assolados pelo fogo nas últimas semanas. As chamas são resultado de uma onda de calor que atinge a região, impulsionada pelas mudanças climáticas causadas pela ação humana. A vegetação seca e ventos fortes também agravam o cenário.
Um grande incêndio continuava a atingir o monte Vesúvio, no sul da Itália, nesta segunda-feira, 11, onde trilhas foram fechadas no fim de semana para facilitar o trabalho dos bombeiros e para evitar que turistas não sejam colocados em risco. As chamas se alastram pelo parque nacional desde a última sexta-feira, 8. O governo italiano decretou estado de mobilização para incêndios com o objetivo de “garantir a intervenção do Serviço Nacional de Defesa Civil em apoio às autoridades regionais”, disse o ministro da Defesa Civil, Nello Musumeci.
O fogo já se espalhou por mais de 3 km, de forma a queimar centenas de hectares de vegetação, e matou animais selvagens. Seis aviões e 12 equipes de patrulha, além de voluntários, atuam a região. Drones também monitoram a propagação do fogo, informou o Corpo de Bombeiros Nacional. A fumaça podia ser vista de Nápoles e de Pompeia, onde o popular parque arqueológico permanece aberto ao público.
Em paralelo, o sul da França lida, desde semana passada, com incêndios devastadores. A região de Aude foi particularmente afetada. Por lá, mais de 16 mil hectares foram devastados pelas chamas, o que corresponde a 22 campos de futebol nas métricas da FIFA. Uma mulher — que, segundo autoridades, desrespeitou ordens de evacuação — morreu e cerca de 2 mil moradores e turistas tiveram de fugir de vilarejos.