counter ONU denuncia forças de segurança de Mianmar por tortura violenta e sistemática – Forsething

ONU denuncia forças de segurança de Mianmar por tortura violenta e sistemática

Um relatório das Nações Unidas publicado nesta terça-feira, 12, aponta que as forças de segurança de Mianmar cometeram graves violações do direito internacional. Com 16 páginas, o documento aponta que as vítimas sofram submetidas a choques elétricos, estrangulamento, estupro coletivo, espancamentos e outras formas de tortura, como a remoção de unhas com alicates. Muitas vezes, as práticas resultaram em morte.

“Descobrimos evidências significativas, incluindo depoimentos de testemunhas oculares, mostrando tortura sistemática em centros de detenção de Mianmar”, disse o chefe do Mecanismo Independente de Investigação para Mianmar (IMM), Nicholas Koumjian.

Abrangendo um período de um ano, até o dia 30 de junho, o documento também aponta que crianças estão entre as vítimas de tortura por parte dos militares. Os infantes eram detidos de forma ilegal e enquadrados como representantes dos pais desaparecidos.

A peça foi composta a partir de relatos oriundos de 1.300 fontes, incluindo centenas de testemunhas oculares, assim como evidências forenses, documentos e fotografias. As informações permitiram que muitos torturadores fossem identificados e, segundo o relatório, há nomes do alto escalão militar entre eles.

“As pessoas geralmente conhecem os nomes ou certamente conhecem os rostos daqueles que as torturam ou que torturam seus amigos”, afirmou Koumjian a repórteres.

Continua após a publicidade

Segundo a ONU, nem os militares e nem o governo de Mianmar responderam imediatamente aos pedidos de comentários sobre as conclusões apresentadas pelo relatório. De acordo com a agência de notícias Reuters, as forças de segurança negaram ter cometido qualquer atrocidade e culparam os “terroristas” por causar distúrbios.

+ Indonésia condena casal gay a 80 chibatadas cada por beijos e abraços em público

Ditadura e guerra civil

Desde 2021, Mianmar vive uma intensa guerra civil. Em fevereiro daquele ano, o então presidente, Win Myint, e a conselheira de estado, Aung San Suu Kyi, foram depostos por um golpe militar encabeçado por Min Aung Hlaing, atual líder interino do país. Em julho, Hlaing encerrou um decreto de quatro anos que concedia poderes especiais aos militares e anunciou uma eleição, que deve ocorrer nos próximos seis meses.

Continua após a publicidade

Desde então, uma força de oposição chamada de Governo de Unidade Nacional, que afirma ser a liderança legítima da nação, criou um braço armado chamado Força de Defesa do Povo, com objetivo de combater os militares no poder. Isso deu início ao conflito atual.

A promessa de eleições é malvista por boa parte da comunidade internacional, que enxerga a ação como uma farsa para consolidar o poder dos generais no país. “Eles estão apenas reorganizando as mesmas peças e dando um novo nome ao regime”, disse o especialista em relações internacionais David Mathieson em entrevista à Reuters na época dos anúncios.

Publicidade

About admin