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Ucrânia deve ter liberdade para decidir seu futuro, diz UE antes de cúpula Trump-Putin

A União Europeia emitiu uma declaração nesta terça-feira, 12, sublinhando que a Ucrânia deve ter liberdade para decidir seu próprio futuro. O comunicado veio após uma reunião dos chanceleres dos Estados-membros do bloco na véspera, e antes de uma cúpula entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e seu homólogo russo, Vladimir Putin, marcada para esta sexta-feira, 15, no Alasca.

Líderes europeus e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que não foram convidados para o encontro, planejam conversar com Trump na quarta-feira, 13, em meio a temores de que Washington, até então o principal fornecedor de armas para a Ucrânia, possa impor termos  desfavoráveis a Kiev para traçar um acordo de paz.

“Negociações significativas só podem ocorrer no contexto de um cessar-fogo ou redução das hostilidades”, disse a União Europeia na declaração, que foi assinada por todos os 27 membros, exceto a Hungria. “Compartilhamos a convicção de que uma solução diplomática deve proteger os interesses vitais de segurança da Ucrânia e da Europa.”

Avanços russos na linha de frente

Trump afirmou que qualquer acordo de paz envolveria “alguma troca de territórios para o bem” tanto da Rússia como da Ucrânia. O posicionamento gerou consternação em Kiev e nas capitais europeias, já que praticamente todas as terras em disputa são ucranianas.

O DeepState, mapa da guerra criado com inteligência de código aberto, mostra que Moscou fez um avanço repentino para o norte em até 10 km em duas frentes nas proximidades de Dobropillia, que fica na região de seu principal alvo, a cidade de Pokrovsk. A operação tem objetivo de assumir o controle total da região de Donetsk, uma das quatro que o Kremlin anexou, por meio de um referendo considerado ilegal pela comunidade internacional, em 2022.

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Tatarigami_UA, um ex-oficial ucraniano que acompanha e faz comentários sobre o conflito, lembrou que “tanto em 2014 quanto em 2015, a Rússia lançou grandes ofensivas antes de negociações para ganhar vantagem”, segundo publicou no X (antigo Twitter).

Enquanto isso, o Exército de Kiev anunciou na segunda-feira a retomada do controle de duas vilas na região de Sumy, no extremo leste do país, quebrando mais de um ano de avanços (graduais e desgastantes) da Rússia no sudeste – neste ano, uma nova ofensiva na região começou depois que Putin exigiu a criação de uma “zona tampão” na fronteira com a Ucrânia, que havia invadido Kursk, no extremo oeste russo.

Kiev e seus aliados europeus temem que Trump, no afã de tomar o crédito por um acordo de paz e ampliar o comércio com Moscou, possa, na prática, recompensar a Rússia pela invasão.

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Segurança da UE

O comunicado do bloco europeu também afirmou que “uma Ucrânia capaz de se defender eficazmente é parte integrante de quaisquer garantias de segurança futuras” e que os Estados-membros estavam prontos para contribuir ainda mais para a proteção do país invadido.

Zelensky comemorou a declaração da União Europeia, acrescentando em um post no X que a Rússia está, na verdade, preparando novas operações ofensivas.

“Todos apoiamos a determinação do presidente Trump e, juntos, devemos moldar posições que não permitam que a Rússia engane o mundo mais uma vez”, disse ele.

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No entanto, o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, principal aliado de Putin na Europa, zombou da declaração de seus colegas.

“O fato da União Europeia ter sido deixada de lado já é triste o suficiente. A única coisa que poderia piorar as coisas seria se começássemos a dar instruções do tribunal”, disse Orban no X. “A única ação sensata para os líderes da União Europeia é iniciar uma cúpula UE-Rússia, com base no exemplo da reunião EUA-Rússia.”

Trump vinha endurecendo sua posição em relação a Moscou, concordando em enviar mais armas americanas para a Ucrânia e ameaçando impor tarifas comerciais severas à Rússia, num ultimato que já caducou. Mesmo assim, a perspectiva de Trump receber Putin em solo americano para a primeira cúpula entre líderes das duas potências desde 2021 reacendeu temores de que ele possa colocar os interesses de seu país à frente da segurança da Europa ou da geopolítica.

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