Uma semana após a ocupação do plenário por bolsonaristas em protesto contra a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro, a reunião de líderes partidários da Câmara deve ser marcada pela pressão da oposição sobre o presidente da Casa, Hugo Motta, para que pautas defendidas pelos aliados do ex-presidente sejam colocadas em votação o quanto antes.
O chefe do Legislativo e líderes têm encontro previsto para esta terça-feira, às 10h.
A rebelião, que obstruiu os trabalhos do plenário no retorno dos congressistas após o recesso, só foi destravada após o ex-presidente da Câmara Arthur Lira entrar em campo e selar um acordo com alguns líderes.
O alagoano teria selado o compromisso de que Motta daria andamento à PEC do fim do foro privilegiado e ao PL da Anistia caso a maioria dos líderes concordasse com a apreciação das medidas.
É com esse intuito que lideranças da oposição chegam à reunião de hoje. Pretendem mobilizar o apoio da maioria dos líderes para que as proposições finalmente sejam pautadas.
Aliados de Motta avaliam que há chances de a PEC realmente ser analisada em plenário, mas ponderam que não há ambiente político para que o projeto que busca anistiar participantes dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 seja votado. A avaliação é que ainda é preciso encontrar um texto equilibrado, que não seja interpretado como um patrocínio do Legislativo a uma iniciativa para perdoar quem destruiu prédios públicos.
Membros da base de Lula, por sua vez, devem trabalhar contra as matérias, tentarão convencer os demais líderes sobre a importância de a reforma do imposto de renda ser aprovada o mais rápido possível e devem defender que bolsonaristas que protagonizaram o motim da semana passada sejam punidos.