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Revelações, bastidor e defesa de Manuela Dias para tropeços de ‘Vale Tudo’

Há autores que desafiam o senso comum ao propor histórias à frente do seu tempo, há autores que entregam ao público o resgate da nostalgia de velhos costumes, há ainda autores que conversam com o tempo presente para dialogar com o contexto no qual o telespectador se familiariza e se inclui. Nos últimos anos, se tornou corriqueira, ainda, a categoria de autores que assumem o desafio de transpor narrativas clássicas para a atualidade. Uma das que assumiram tal risco foi Manuela Dias, 48 anos. Ao aceitar adaptar Vale Tudo, de 1988, ela só não imaginava que estava colocando sob judice do público os sucessos que ela própria lhe entregou – tais como a novela Amor de Mãe e a série Justiça. Em entrevista ao programa semanal da coluna GENTE (disponível no canal da VEJA no Youtube, no streaming VEJA+, na TV Samsung Plus e também na versão podcast no Spotify), Manuela fala, de forma franca, sobre a enxurrada de críticas que vem recebendo desde que o remake estreou: cenas aceleradas; tramas ditas bobas como a do bebê reborn e até a atuação de Paolla Oliveira como Heleninha Roitman. Assista.

DESAFIOS DA NOVELA. “Está sendo um desafio muito grande e ainda é um pouco difícil ter essa perspectiva histórica sobre o processo. No momento, o esforço é de conseguir chegar até o fim e continuar contribuindo com tudo o que puder nessa nova versão; e desafiar os meus parceiros no melhor sentido, escrever cenas que o Paulinho (Silvestrini) tenha vontade de dirigir, que esses atores incríveis também se sintam desafiados e que o público tenha vontade de acompanhar até o fim a novela”.

TAMANHO DO DESAFIO. “Não, eu não imaginava (o tamanho do desafio). Quando o Zé Luiz (Villamarim) me chamou, fiquei muito feliz na hora. Tinha outra sinopse aprovada para o horário das nove e ele: ‘cara, tem o remake de Vale Tudo’. Na hora, pensei que eu ia ter um contato muito íntimo, porque adaptar uma obra é um contato muito íntimo, você precisa mergulhar, ler e ler o que já se falou sobre ela, ir nesse caminho. Ao mesmo tempo, sem que você coloque a mão na massa e, de alguma forma, profane aquilo. Já adaptei Shakespeare, Guimarães Rosa, uma peça sobre Simone de Beauvoir. É uma coragem de colocar a mão”.

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CRÍTICAS BARULHENTAS. “Olha, confesso que estou trabalhando tanto, que estou bastante afastada desse burburinho. Foi mais saudável em algum momento, e mais produtivo, focar no meu trabalho, focar na novela… Cada época vai ter sua censura e vai ter as suas ferramentas. Não é censura a palavra; ali era censura, mas aqui é uma tentativa de, não sei, difícil saber o nome… Essa vontade de interferir no trabalho, falar ‘não você não pode isso ou aquilo’… Me sinto uma cozinheira, tenho que cozinhar, é meu trabalho, não vou esquentar uma comida congelada. Vou cozinhar e oferecer o meu melhor. Se foi escolha da empresa de ter me dado essa missão, então é isso, tentar fazer o melhor”.

FALEM MAL, MAS FALEM. “As críticas não me abalam, trabalho para o público, é óbvio que quero que o público fique feliz, a gente está vendo o enorme retorno da novela, existe uma quantidade. O algoritmo é importante, a gente entende que, quando se fala de crítica, o algoritmo funciona, mas o combustível disso é o ódio”.

AUDIÊNCIA IDEAL. “26 (pontos) é um ótimo ibope. O ibope é uma medição muito relevante, é claro que a economia da informação ainda vai demandar e propor novas ferramentas de medições variadas, mas o ibope é importante. O ibope ideal é sempre o maior possível”.

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BEBÊ REBORN E MORANGO DO AMOR: “Eu mexo muito nos capítulos já entregues, porque acontece de tudo. Um ator pode ficar doente, ou choveu, então é totalmente vivo. Isso não quer dizer que mexi, porque está com algum problema, faz parte do processo que seja reescrito. A novela tem arcos de tamanhos variados”.

NARRATIVAS ACELERADAS: “Isso varia tanto… Não existe uma medida certa, o equilíbrio é homeostático, sobe e desce, aperta e afrouxa, é bastante orgânico o processo”.

PAOLLA OLIVEIRA COMO HELENINHA. “Nos anos 1980, era um papel engraçado. A pessoa bebia, a gente ria, aí ‘toca o mambo’, era uma pinguça. Hoje uma das coisas que mudou é a compreensão de que o alcoolismo é uma doença. É uma percepção que não estava estabelecida cientificamente em 1988. Heleninha é uma personagem que provoca identificação. A gente vê isso nas pesquisas, é uma questão que muitos vivem de perto”.

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Captação de imagens: Libário Nogueira / Agradecimento: Casa República – Flip / Sobre o programa semanal da coluna GENTE. Quando: vai ao ar toda segunda-feira. Onde assistir: No canal da VEJA no Youtube, no streaming VEJA+, na TV Samsung Plus ou no canal VEJA GENTE no Spotify, na versão podcast.

 

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