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Presidenciável da Colômbia, Miguel Uribe morre no hospital dois meses após atentado

O senador e candidato à presidência da Colômbia, Miguel Uribe Turbay, morreu nesta segunda-feira, 11, em consequência dos ferimentos de um ataque a tiros do qual foi alvo em 7 de junho, enquanto discursava em um evento de campanha em Bogotá. Filho da jornalista assassinada Diana Turbay e neto do ex-presidente Julio César Turbay Ayala, o político de 39 anos pereceu na Fundação Santa Fé, clínica para a qual havia sido levado no dia do ataque.

Sua esposa, María Claudia Tarazona, confirmou a notícia em sua conta no Instagram: “Nosso amor transcende este plano físico. Espere por mim, quando eu cumprir minha promessa aos nossos filhos, irei te encontrar e teremos nossa segunda chance”, publicou ela na rede social.

O estado de saúde de Uribe Turbay piorou na madrugada de sábado 9. Após uma intervenção precoce programada, ele sofreu “hemorragia intracerebral aguda” que exigiu outra cirurgia, desta vez urgente, segundo a Fundação Santa Fé. Horas depois, à tarde, a clínica informou que o estado do senador era “extremamente crítico” devido a “edema cerebral persistente” e “hemorragia intracerebral de difícil controle”.

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O ex-presidente Álvaro Uribe Vélez, líder do partido político de Miguel Uribe, o direitista Centro Democrático, lamentou a morte do candidato à presidência com o qual compartilha o sobrenome, mas não o parentesco: “O mal destrói tudo; matou a esperança”, afirmou. Uribe Vélez, que governou a Colômbia de 2002 a 2010, foi recentemente condenado a 12 anos de prisão domiciliar por suborno de testemunhas e fraude processual.

O ex-presidente Iván Duque também se manifestou sobre a morte de Miguel Uribe, afirmando que “a Colômbia lamenta, mas não se renderá aos criminosos que tiraram a vida de um jovem admirável”. Sua irmã engrossou as homenagens, publicando uma foto no Instagram dos dois crianças com a mãe, Diana Turbay, uma renomada jornalista que foi sequestrada por traficantes liderados por Pablo Escobar e morreu em uma tentativa de resgate. “Tenho certeza de que nossa mãe, que tanto te ama, te recebe hoje de braços abertos”, declarou ela.

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O atentado

O político do Centro Democrático, principal oposição ao governo de Gustavo Petro, foi baleado várias vezes enquanto discursava em um comício no bairro de Modelia, zona oeste da capital. Vários vídeos mostram o momento exato em que vários tiros são ouvidos e Uribe cai do palco improvisado onde elencava suas propostas de campanha. Seus guarda-costas reagiram imediatamente e o levaram a um hospital próximo. Horas depois, ele foi levado de ambulância para a Clínica Santa Fé, no norte de Bogotá, uma das melhores da cidade, onde permaneceu em estado crítico desde então.

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As autoridades prenderam um adolescente de 14 anos como autor do ataque. A investigação continua, com mais dois detidos sob custódia, e o presidente afirmou que nenhuma hipótese foi descartada.

O ataque ao candidato presidencial chocou o país e suscitou memórias dos assassinatos que na virada dos anos 1980 para a década de 1990 contra candidatos e políticos conhecidos, como Bernardo Jaramillo, Carlos Pizarro e o pai do atual prefeito de Bogotá, Luis Carlos Galán. O senador deixa a esposa, María Claudia Tarazona, três filhas dela, que ele havia adotado, e um filho de quatro anos. Ele havia perdido a mãe, Diana, com a mesma idade.

Miguel Uribe Turbay era advogado pela Universidade de Los Andes, com mestrado em Administração Pública por Harvard. Com apenas 25 anos, em 2012, candidatou-se e foi eleito vereador de Bogotá pelo Partido Liberal, o mesmo de seu avô, uma das duas forças tradicionais do sistema bipartidário colombiano. Durante seus quatro anos no cargo, emergiu como um dos maiores críticos do então prefeito da capital e atual presidente, Gustavo Petro, e tornou-se uma referência na direita política.

Do Senado, Uribe se consolidou como uma das principais vozes da oposição a Petro, com um discurso focado na defesa da segurança e das instituições, crítico da política de paz total que o governo tenta negociar com os diversos grupos ilegais do país, e das propostas presidenciais em geral.

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