O engenheiro Francisco Paulo de Sebe Filippo, 57, foi morto dentro da própria casa, no Jardim Paulista, bairro nobre da zona oeste de São Paulo, durante um assalto na quarta-feira da semana passada. A investigação da polícia aponta para uma quadrilha de assaltantes que está agindo com frequência na capital paulista, geralmente da mesma forma, invadindo e roubando casas de empresários bem-sucedidos. Confira abaixo tudo o que já se sabe sobre o caso, o andamento das investigações e operações das autoridades.
Já na quinta-feira, 5, a polícia conseguiu apreender o carro no qual os bandidos fugiram, um Hyundai HB20. Ele havia sido abandonado em uma rua próxima pelos suspeitos após terem batido a lateral. Em perícia, as autoridades perceberam que o veículo era o mesmo utilizado para fuga de outros crimes recentes, sempre com a placa sendo trocada por outras clonadas.
Pelos câmeras de segurança, os policiais também entenderam que o crime havia sido cometido por quatro homens. Dois deles foram identificados como Wesllen Medeiros da Silva e Willian Alex Bueno.
Na manhã da sexta-feira, 6, os investigadores foram até as casas deles e, na primeira incursão, Wesllen foi encontrado com outros dois homens. Ele reagiu, sacou uma arma e atirou nos policiais. Houve troca de tiros, e o criminoso foi baleado. Ele foi socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.
Ao chegarem na casa de Willian, os policiais não encontraram ninguém, no entanto, eles encontraram as roupas que ele usava no dia da morte do engenheiro, identificadas por meio das imagens das câmeras de segurança. Willian Alex Bueno é tido como principal suspeito de atirar em Francisco Filippo. Ele e os outros dois suspeitos, que ainda não foram identificados, continuam foragidos.
Segundo o delegado Thiago Delgado, titular da 1ª Delegacia de Polícia de Investigações sobre Roubos e Latrocínios (Disccpat), responsável pelo caso, os criminosos “já tinham alguma noção dos hábitos das pessoas que ali residiam”, ou seja, estudaram a vida e o cotidiano do engenheiro antes de invadir a casa dele.
As investigações apontam que o latrocínio, roubo seguido de morte, foi cometido por uma quadrilha de assaltantes que tem agido com frequência na capital paulista e costuma agir quase sempre da mesma forma. Eles clonam o controle do portão da garagem, entram, roubam itens valiosos, como joias e ouro, e fogem com o mesmo carro, trocando apenas a placa. Outro costume do grupo é sempre trocar os integrantes de cada roubo, podendo, segundo a polícia ser uma quadrilha muito numerosa, mas que sempre age com quatro pessoas por ação.
No caso do engenheiro, eles ficaram pouco mais de dez minutos na casa, mas, anteriormente, no dia 28 de abril, eles, ou parte deles, teriam feito um assalto à casa do dono de uma rede de restaurantes em Pinheiros — caso que vinha sendo investigado pela polícia –, no qual passaram cerca de 12h, por toda a madrugada e parte da manhã, com a família do empresário rendida (ele, a mulher e duas crianças). Eles tentaram fazer diversas transferência bancárias com o aparelho celular do empresário. Ninguém ficou ferido.
“A partir do veículo utilizado na conduta [no roubo e fuga], nós identificamos diversos outros crimes praticados por uma associação criminosa (…) Agora, seguimos nesse caminho para identificar outros demais coautores que pudessem ter participado [do crime] e até ser um número maior que quatro pessoas”, afirmou o delegado Thiago Delgado em coletiva de imprensa na última sexta.