O Conselho de Segurança da ONU se reúne neste domingo, 10, para analisar o plano do governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de ocupar a Cidade de Gaza, principal centro urbano do território palestino. O anúncio, feito na última sexta-feira, foi classificado pelo secretário-geral António Guterres como uma “perigosa escalada” e provocou reações contrárias de aliados, rivais e de membros da própria política israelense.
O encontro, marcado para as 11h (horário de Brasília), foi solicitado por Dinamarca, França, Grécia, Eslovênia e Reino Unido. A sessão será presidida pelo presidente do Panamá, José Raúl Mulino, que ocupa a presidência rotativa do órgão. Nos bastidores, a expectativa é que os Estados Unidos usem seu poder de veto para impedir qualquer medida de condenação a Israel.
O plano prevê que o Exército israelense assuma o controle militar da Cidade de Gaza, desmantele o Hamas e mantenha a região sob uma administração civil provisória que exclua tanto o grupo quanto a Autoridade Palestina. Segundo o governo, a operação incluiria a distribuição de ajuda humanitária fora das áreas de combate.
A proposta divide opiniões dentro e fora de Israel. Familiares de reféns temem que a ofensiva coloque vidas em risco. Já a ultradireita, liderada pelo ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, considera o plano insuficiente e defende a ocupação total da Faixa de Gaza e a transferência da população.
A Alemanha, tradicional aliada de Israel, anunciou a suspensão das exportações de equipamentos militares que possam ser usados na Faixa de Gaza. França, Espanha e Reino Unido também pediram que Netanyahu reconsidere a medida. O representante palestino na ONU, Riyad Mansour, afirmou que “não é preciso mais guerra, mais mortes, mais sofrimento, mais ocupação, mais genocídio”.
A guerra teve início em 7 de outubro de 2023, com o ataque do Hamas que matou 1.219 pessoas em Israel. Desde então, a ofensiva israelense deixou 61.369 mortos na Faixa de Gaza.