Foi em 1971 que Rick Doblin, 71 anos, fez sua primeira viagem alucinógena com LSD. Ele, que estará no Rio Innovation Week, na terça-feira, 12, não imaginava que a droga que usou por diversão quando era calouro na universidade iria se transformar em sua principal linha de pesquisa. Considerado um “ex-hippie”, já que fez uso da substância, algumas não tão “agradáveis”, Doblin fundou em 1986 a Multidisciplinary Association for Psychedelic Studies, organização voltada ao financiamento de estudos de psicodélicos.
Apesar da aparência liberal, Doblin não é a favor da legalização total da droga. Na verdade, entende o poder terapêutico que ela tem. À frente de um estudo de MDMA para tratar estresse pós-traumático, o psicólogo afirma que a droga não é a medicina, mas sim um “motor” para a melhora do paciente. “Há mais esperança do efeito com psicodélicos na psicoterapia do que no funcionamento do cérebro em si. E isso também faz as pessoas mais confiantes aceitarem o tratamento”, disse Rick, em uma recente entrevista.
No entanto, a luta para tornar a droga um medicamento é um dos maiores desafios para o profissional: no ano passado, a Food and Drug Administration (FDA) negou os estudos que mostravam a eficiência do MDMA para tratar estresse pós-traumático. Mesmo irritado com a decisão, o psicólogo afirma que não vai deixar de insistir para que isso aconteça. “A aprovação do FDA vai acontecer, cedo ou tarde, mas vai”.
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