Desde que a guerra na Faixa de Gaza foi deflagrada, depois do ataque do Hamas ao território de Israel, em 7 de outubro de 2023, a situação dos reféns capturados pelo grupo terrorista segue sem solução. A soltura das 49 pessoas que ainda permanecem em cativeiro é a principal condição para um cessar-fogo definitivo, mas o impasse persiste diante das incertezas quanto ao futuro do enclave. Enfraquecida, a organização palestina, que ainda tenta se manter no poder, divulgou vídeos em que Evyatar David aparece em estado de fome extrema, abrindo a própria cova, no túnel onde é mantido em condições precárias. Cenas de horror explícito, que evidenciam o quanto a situação sub-humana em Gaza, onde a população civil sofre com a fome e os ataques constantes das Forças de Defesa de Israel, também se refletem nos corpos emaciados de quem se transformou em trunfo nas mãos de extremistas. Exibidas na chamada “praça dos reféns”, em Tel Aviv, local em que os familiares dos sequestrados concentram os apelos pela paz, as imagens causaram enorme comoção na população, cada vez menos disposta a sustentar um governo que se apoia politicamente no prosseguimento do conflito a perder de vista. O premiê israelense Benjamin Netanyahu pressiona seu gabinete a aprovar um avanço das tropas para aumentar de 75% para 100% o controle do território, incluindo as áreas que abrigam os esconderijos dos cativos, pondo em risco suas vidas. Até quarta-feira 6, a medida permanecia em aberto, assim como as feridas dos dois lados da trincheira.
Publicado em VEJA de 8 de agosto de 2025, edição nº 2956