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Área da saúde não vai retaliar tarifaço em produtos americanos, diz ministro

Após reunião realizada na tarde desta quinta-feira, 7, com o conselho diretor e membros da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), o ministro da Saúde Alexandre Padilha afirmou que o Brasil busca negociação diante do tarifaço imposto pelo governo dos Estados Unidos e que não haverá retaliação aos produtos importados na área da saúde.

O encontro, realizado em São Paulo, tinha a proposta de debater estratégias para ampliar o acesso dos brasileiros a terapias inovadoras e desenvolvimento de novas tecnologias, mas abordou a taxação de 50% em produtos brasileiros deflagrada pelo presidente Donald Trump em vigor desde esta quarta-feira, 6.

Em conversa com jornalistas, Padilha criticou a postura do presidente dos Estados Unidos Donald Trump. “Eu coloquei esse tema em pauta, primeiro, porque repeti o que o setor sabe, que o presidente Trump, infelizmente, é um inimigo da saúde global. As atitudes nos Estados Unidos vêm no sentido de atacar a saúde global: saiu da Organização Mundial da Saúde (OMS), parou de financiar fundos de desenvolvimento de vacinas e medicamentos, acabou de anunciar o corte total de investimentos em plataformas de vacina de RNA mensageiro.”

Em relação às tarifas impostas ao Brasil, afirmou que elas devem afetar empresas brasileiras, inclusive que integram a Interfarma e exportam na ordem de 2 bilhões de dólares em dispositivos médicos e insumos para diagnósticos.

“O trabalho do Ministério da Saúde vai ser apoiar essas empresas a ocupar outros mercados e vender para outros países, caso vender para os Estados Unidos dificulte o trabalho delas”, declarou. “Vamos usar o máximo dessa presidência do Mercosul para que elas possam encontrar outros mercados em países do Mercosul e na União Europeia, exercendo ao máximo a parceria com o Brics para isso, e apoiar essas empresas a diversificar esses mercados.”

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Diplomacia e manutenção dos contratos

Padilha afirmou que nenhuma atitude que possa prejudicar contratos já estabelecidos e a oferta de medicamentos para a população brasileira será adotada. Assim, não haverá retaliação na área da saúde. Segundo ele, o país importa 4,7 bilhões de dólares, principalmente medicamentos estratégicos para o Ministério da Saúde.

“Em relação aos produtos importados, eu reforcei que, da parte do governo brasileiro, não vamos usar as mesmas ferramentas do Trump, são personalidades e líderes diferentes. O presidente Lula tem dito que vai apostar na diplomacia e não em retaliações. Se tivesse retaliação no campo da saúde, poderia significar em aumento do preço desses medicamentos”, afirmou. “Vamos continuar exercendo contratos que são sólidos e plurianuais. Não vamos rasgar nenhum contrato.”

O ministro afirmou que a crise também é uma oportunidade para fortalecer o setor e dar visibilidade ao Brasil como um mercado atraente para empresas de outros países, inclusive dos Estados Unidos.

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“Vamos aproveitar isso para aumentar a produção nacional, atraindo empresas cujas matrizes estão na Europa, nos países do Brics e mesmo nos Estados Unidos, porque queremos mostrar que, no Brasil, o ambiente é mais seguro para investir na área da saúde do que é hoje nos Estados Unidos, com registros mais rápidos na saúde e o poder de compra do Ministério da Saúde.”

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