Líder religioso e organizador de manifestações pró-Bolsonaro, Silas Malafaia entrou em rota de colisão com o senador Ciro Nogueira (PP-PI) diante da pressão para colocar processo de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes em tramitação no Senado.
Em letras garrafais, Malafaia acusou Nogueira de traição. “Essa sua conversa fiada em dizer que não assina o impeachment do ditador Alexandre de Moraes porque não vai ter o voto de 52 senadores é o seu joguinho político psicológico para outros senadores não assinarem e você fazer graça para seus amiguinhos do STF. Você é uma raposa e um camaleão na política. Quem é você para falar pelos outros senadores?”, publicou o pastor nas redes sociais. Procurado, Nogueira não se manifestou até o momento.
SENADOR CIRO NOGUEIRA . VOCÊ É UM TRAIDOR !
Essa sua conversa fiada em dizer que não assina o impeachment do ditador Alexandre de Moraes porque não vai ter o voto de 52 senadores , é o seu joguinho político psicológico , para outros senadores não assinarem e você fazer graça…— Silas Malafaia (@PastorMalafaia) August 6, 2025
Esta não é a primeira cobrança pública feita por Malafaia contra um aliado de Bolsonaro. No último domingo, 3, o religioso criticou os governadores Tarcísio de Freitas (São Paulo), Romeu Zema (Minas Gerais), Ratinho Jr (Paraná) e Ronaldo Caiado (Goiás). Isso porque, os quatro não participaram de manifestação convocada para diversas cidades brasileiras.
Bolsonaristas pressionam para que o Senado coloque em tramitação um pedido de impeachment de Moraes, o que nunca ocorreu com ministros da Corte. O Senado é a Casa pela qual se inicia processos do tipo contra integrantes da cúpula do Poder Judiciário brasileiro. Já na Câmara dos Deputados, apoiadores do ex-presidente obstruem os trabalhos desde a terça-feira, 5, e pretendem continuar assim até que consigam avançar projeto da anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro e a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que acaba com foro privilegiado — a intenção com a segunda proposta é retirar as ações penais em que Bolsonaro figura como réu no STF e enviá-las para primeira instância.
