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Chefe militar de Israel desaconselha Netanyahu a tomar controle total de Gaza

O líder militar de Israel orientou o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu a não tomar controle total da Faixa Gaza, informou a emissora americana CNN nesta quarta-feira, 6, com base em três fontes familiarizadas com o assunto. O alerta do chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa de Israel (FDI), Eyal Zamir, teria acontecido durante uma reunião na terça-feira, quando afirmou que o domínio completo do enclave palestino significaria prender os militares no território e colocar o resgate dos reféns restantes em risco.

Zamir também advertiu que a medida exigiria mais das forças israelenses, que lidam com alta rotatividade dos soldados e com o esgotamento dos reservistas, de acordo com a CNN. O plano apresentado pelo tenente-geral prevê o cercamento da Cidade de Gaza e de bairros onde acredita-se que os reféns são mantidos. Netanyahu, em contrapartida, demanda que os próximos passos de Israel sejam mais ostensivos.

A discordância faz parte de um amplo panorama de desentendimentos entre a liderança das FDI e o premiê, pressionado pela sua base política, especialmente por políticos de extrema direita, a assumir o controle da Faixa de Gaza. De um lado, os militares orientam que Netanyahu opte pela rota da diplomacia; do outro, o primeiro-ministro insiste que dominar o enclave é o caminho para asfixiar o Hamas.

Ao mesmo tempo, famílias dos israelenses sequestrados acusam Netanyahu de privilegiar a sua sobrevivência no poder do que resgatar os 59 reféns, dos quais apenas 24 estão vivos. Em meio às tensões, Bibi convocará uma reunião do gabinete de segurança para quinta-feira, na tentativa de arrematar apoio para a “conquista total da Faixa”, segundo a emissora.

+ Netanyahu decidiu tomar controle total de Gaza e convocará gabinete na terça, diz TV israelense

Racha interno

O racha interno se tornou ainda mais evidente após o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, exigir nas redes sociais que Zamir declare “com sua própria voz” que obedecerá às ordens do governo “mesmo que seja tomada uma decisão de conquista e ação decisiva”. O chefe da FDI, por sua vez, não se pronunciou. Caso a proposta seja levada a cabo, Gaza enfrentará uma nova escalada de violência enquanto está imersa em uma catástrofe humanitária. Mais de 61 mil palestinos foram mortos desde o início da guerra, em 7 de outubro.

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Em relatório, a Classificação Integrada de Fases da Segurança Alimentar (IPC, na sigla em inglês), apoiada pela ONU, alertou na última terça-feira, 5, que “o pior cenário possível de fome está atualmente se concretizando na Faixa de Gaza”. O documento apontou que as restrições de Israel à entrada de ajuda humanitária no enclave e os combates entre soldados e membros do Hamas produziram o quadro atual e pediu, com urgência, intervenção imediata da comunidade internacional para salvar pessoas da morte iminente.

A movimentação do governo israelense se dá em meio a um cenário de amplas críticas internacionais e um impasse profundo em negociações de cessar-fogo. Em 24 de julho, o enviado especial dos Estados Unidos para o Oriente Médio, Steve Witkoff, anunciou que Washington iria interromper interrompendo negociações e retirar sua equipe de negociação do Catar, acusando o Hamas de não “agir de boa-fé”. Em paralelo, o gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, também confirmou a retirada de seus negociadores para consultas.

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