O presidente da Rússia, Vladimir Putin, se reuniu nesta quarta-feira, 6, com o enviado especial dos Estados Unidos, Steve Witkoff, para o que devem ser conversas decisivas antes do prazo imposto por Donald Trump para Moscou encerrar a guerra na Ucrânia. Caso não haja avanço até esta sexta-feira, 8, o presidente americano prometeu impor tarifas “severas”, de até 100%, contra o país.
Mais cedo nesta quarta, Witkoff também caminhou pelo Parque Zaryadye, perto do Kremlin, com Kirill Dmitriev, enviado do presidente russo para investimentos e cooperação econômica. A visita foi solicitada pelo próprio Kremlin.
No início da semana, quando Trump foi questionado sobre o que a Rússia poderia fazer para evitar as sanções iminentes, o presidente americano respondeu que o único caminho seria “chegar a um acordo em que pessoas parem de ser mortas” na guerra. Ele também chamou de “repugnantes” os ataques que deixaram 31 mortos e 150 feridos em Kiev na semana passada, no dia mais fatal da guerra para a capital ucraniana.
Trump também telefonou para seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, na terça-feira 5 para discutir a pressão diplomática e econômica que Washington pretende intensificar caso Moscou não ceda. O presidente da Ucrânia ressaltou que as potenciais sanções podem ter impacto significativo. “A economia russa continua em declínio, e é exatamente por isso que Moscou está tão sensível a essa perspectiva e à determinação do presidente Trump. Isso pode mudar muita coisa”, disse ele.
Ataques
Horas antes da reunião, a Rússia atacou uma instalação de gás na região ucraniana de Odessa. Zelensky afirmou que se tratava de uma tentativa de minar a população ucraniana enquanto se prepara para o frio inverno.
“Este foi um golpe deliberado em nossos preparativos para a temporada de aquecimento, absolutamente cínico, como todos os golpes russos no setor energético”, escreveu o presidente no aplicativo de mensagens Telegram.
A Ucrânia enfrenta uma grave escassez de gás desde uma série de ataques devastadores com mísseis russos neste ano, que reduziram significativamente a produção doméstica de gás.
O Ministério da Defesa russo confirmou os ataques às instalações de transporte de gás ucranianas, informou a agência de notícias estatal Tass.