A cúpula do PL vai realizar uma reunião para discutir se manterá ou não a expulsão do deputado federal Antonio Carlos Rodrigues. O parlamentar, que estava filiado ao partido há 20 anos, foi desligado da legenda na semana passada, depois de criticar as sanções impostas pelo governo Donald Trump ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
O caso será levado para análise do Conselho de Ética do PL nas próximas semanas. O colegiado ficará responsável por ouvir a defesa de Rodrigues e definir, em conjunto, se a expulsão será mantida.
A decisão de expulsar Rodrigues partiu de Valdemar Costa Neto, presidente nacional da sigla, que foi pressionado pela bancada da legenda a tomar providências diante das críticas feitas pelo parlamentar ao tarifaço de Trump. Em entrevista recente, Rodrigues classificou a atitude do presidente americano como absurda e disse que ele “não deveria se meter com o Brasil”.
Crise interna
As declarações causaram mal-estar entre os colegas de bancada e obrigaram Valdemar Costa Neto a exigir a sua saída, apesar de Rodrigues ser um dos poucos integrantes do partido com boa interlocução com Moraes.
Procurado, Rodrigues disse que só se manifestará novamente sobre o assunto após a reunião no PL. Pelos corredores da Câmara, porém, o deputado tem feito questão de mostrar que está indignado. “Eu não falei nada demais”, afirmou ele a um congressista.
No centro do debate político, Moraes foi enquadrado pelo governo dos EUA na Lei Magnitsky, uma norma americana aplicada contra estrangeiros acusados de cometer crimes de terrorismo ou violar os direitos humanos. Para Trump, o ministro está perseguindo o ex-presidente Jair Bolsonaro ao torná-lo réu por suposta tentativa de golpe de Estado.
Relator desse processo, Moraes já tinha imposto uma série de medidas restritivas a Bolsonaro, como o uso de tornozeleira eletrônica. Na segunda, ele mandou o ex-presidente para prisão domiciliar, por entender que o capitão descumpriu ordens que já tinham sido dadas.
