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Rússia critica EUA por tarifaços contra aliados e volta a falar em mísseis

Em declaração nesta terça-feira, 5, o governo da Rússia classificou como “ilegal” a pressão dos Estados Unidos sobre a Índia e outros compradores do petróleo russo, incluindo o Brasil, afirmando que todos os países soberanos têm o direito de escolher com quem desejam ter parcerias econômicas.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que, a partir da próxima sexta-feira, 8, irá impor novas sanções à Rússia, assim como países que compram energia russa, a menos que Moscou tome medidas em direção a um cessar-fogo na Ucrânia. Na semana passada, o republicano já havia anunciado uma tarifa adicional de 25% sobre importações da Índia, que entrou em vigor já em 1º de agosto, e deu como uma das justificativas o fato de os indianos comprarem armas e combustíveis fósseis da Rússia.

O presidente russo, Vladimir Putin, sinalizou que não houve qualquer mudança na posição da Rússia em relação à guerra, apesar do prazo iminente. Já a Índia classificou as ameaças de Trump como “injustificadas” e prometeu proteger seus interesses econômicos, aprofundando a disputa comercial.

Em paralelo, no último 15 de julho, Mark Rutte, secretário-geral da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), a aliança militar ocidental, defendeu sanções secundárias contra o Brasil e outros países que seguem importando produtos, especialmente derivados de petróleo, da Rússia. Sanções secundárias são aquelas direcionadas contra parceiros do país que se quer de fato atingir.

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Apesar da retórica de Trump, os americanos importaram no ano passado 3 bilhões de dólares em produtos russos, enquanto exportaram 500 milhões de dólares para a Rússia. Proporcionalmente, o comércio entre os dois países até mesmo aumentou nos cinco primeiros meses de 2025, atingindo um total de 2,3 bilhões de reais, segundo dados oficiais do US Census Bureau.

Posicionamento de mísseis

Durante declarações à imprensa sobre as tarifas americanas, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, reafirmou que a Rússia não tem mais restrições sobre onde posiciona seus mísseis de alcance intermediário. Um dia antes, Moscou anunciou que estava abandonando uma moratória que impedia o reposicionamento, acusando os EUA de posicionarem submarinos nucleares perto da Rússia.

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A decisão de Trump foi tomada após o ex-presidente russo Dmitri Medvedev sugerir que seu país tinha capacidades de ataque que sobreviveriam a um primeiro assalto nuclear americano. Medvedev também ridicularizou o ultimato de Trump, que deu “de dez a doze dias” para Putin demonstrar avanços nas negociações de paz ou, do contrário, enfrentar “tarifas severas” de até 100% dos Estados Unidos.

“Trump está jogando o jogo do ultimato com a Rússia: 50 dias ou 10… Ele deveria se lembrar de duas coisas: 1) A Rússia não é Israel nem mesmo o Irã. 2) Cada novo ultimato é uma ameaça e um passo em direção à guerra. Não entre a Rússia e a Ucrânia, mas com seu próprio país”, escreveu Medvedev no X (antigo Twitter) no início da semana.

Em outra publicação no X, o atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia chamou o senador americano Lindsey Graham, do partido Republicano, de “vovô”. “Não cabe a você ou a Trump ditar quando ‘chegar à mesa de negociações da paz’. As negociações terminarão quando todos os objetivos da nossa operação militar forem alcançados. Trabalhe primeiro na América, vovô!”, disse ele.

Depois, Trump fez um comentário nas redes sociais sobre as “economias mortas” da Índia e da Rússia, e as provocações de Medvedev continuaram no Telegram, onde ele ameaçou o presidente americano com uma arma apocalíptica da era da Guerra Fria conhecida como “Mão Morta” – um sistema nuclear russo projetado para lançar automaticamente um ataque de retaliação. A arma foi originalmente projetada para lançar mísseis nucleares de Moscou se sua liderança tiver sido morta em um ataque inimigo.

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“Deixe-me relembrá-los (os americanos) de seus filmes favoritos sobre ‘mortos-vivos’, bem como o quão perigosa a supostamente inexistente ‘Mão Morta’ pode ser”, escreveu Medvedev, que foi primeiro-ministro da Rússia de 2012 a 2020 e é um defensor ferrenho da invasão da Ucrânia por seu país.

Na quinta-feira 31, Trump retrucou, chamando a autoridade russa de “ex-presidente fracassado” e escrevendo na sua rede social, a Truth Social, que ele deveria “cuidado com o que diz” e que está “entrando em território muito perigoso”.

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