O Partido Liberal (PL), que abriga o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados mais próximos, publicou uma nota que chamou atenção sobre a decisão de Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de colocar o capitão da reserva em prisão domiciliar. “Estou inconformado! O que mais posso dizer?”, diz a publicação assinada por Valdemar Costa Neto, o presidente da legenda.
— Partido Liberal – PL 22 (@plnacional_) August 4, 2025
Apoiadores de Bolsonaro se dividiram nos comentários da publicação. Alguns afirmaram que a nota deveria ser séria, enquanto outros apenas seguiram o pensamento do presidente do partido.
Desde as cautelares que lhe foram impostas no dia 18 de julho, Bolsonaro passou a usar tornozeleira eletrônica e ficou proibido de sair de casa à noite (entre as 19h e as 6h) e aos finais de semana. Ele ainda podia se encontrar com seus aliados e apoiadores, participar das reuniões do PL, conceder entrevistas e andar nas ruas livremente. Havia uma limitação para viagens — o ex-presidente não podia deixar o perímetro de Brasília, onde ele vive com a esposa Michelle.
Leia a decisão de Moraes que mandou Bolsonaro para prisão domiciliar
Agora, a situação ficou pior. Com a prisão domiciliar decretada, Bolsonaro não pode sair de casa em nenhuma hipótese. Além de ficar recolhido o tempo todo, ele está proibido de receber visitas, com exceção de seus advogados. A prisão domiciliar é também uma forma de privação de liberdade, por isso, tem restrições parecidas com o regime fechado. Aliados, parlamentares do PL e seus próprios filhos estão impedidos de visitarem o ex-presidente.
Aliados de Bolsonaro afirmam que a medida amplia a tensão entre os poderes (Legislativo e Judiciário) e que haverá maior cobrança para colocar em pauta projeto da anistia aos presos e condenados pelo 8 de Janeiro e também pela PEC que acaba com o foro privilegiado — o que beneficiaria Bolsonaro e levaria o processo criminal em que é réu por tentativa de golpe para primeira instância.
