Linguista e escritora brasileira, além de pesquisadora-docente universitária, Conceição Evaristo se tornou uma das mais influentes literatas do movimento pós-modernista no Brasil. Figura recorrente nas edições mais recentes da Flip, como esta que se encerrou domingo, 3, Conceição falou sobre este lugar ocupado, cada vez mais, por escritoras negras. A coluna GENTE esteve presente em suas palestras potentes (veja vídeo abaixo). A seguir, um trecho de sua fala.
“O mais importante não é ser a primeira, é abrir perspectivas com meus textos… para que outras escritoras também comecem esse exercício da escrita, influenciadas por estes textos que estão aí, que são os nossos textos… A escrita para mim é um lugar de colocação do corpo. Não sou uma pessoa do gesto, não sei dançar, não sei cantar. A escrita é um lugar que, nós, mulheres negras, temos mais liberdade de colocar nosso corpo, numa sociedade que nos vê de cima a baixo, seja porque somos gordas, negras, mulheres… Nosso corpo é sempre suspeito. As pessoas sempre nos olham quando chegamos numa loja. É interessante que esse corpo que é ameaça, também seja um corpo que produz. A escrita é um lugar de libertação e afirmação desse corpo”.
* O colunista viajou a convite da Motiva.