O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Celso de Mello classificou as sanções econômicas aplicadas pelos Estados Unidos ao colega Alexandre de Moraes, por suposta violação aos direitos humanos, como um ato ‘arbitrário, injusto e abusivo’, realizado sem justa causa.
À coluna, o magistrado destacou a atuação firme do relator do processo da trama golpista na defesa pela democracia. ‘Juiz probo, correto, respeitador da Constituição e das leis de nossa República, guardião intimorato da democracia constitucional e servidor íntegro e leal do Estado democrático de Direito’.
Celso de Mello avalia que Donald Trump interfere na soberania e assuntos internos de outros países, ignorando a Carta das Nações Unidas, numa postura típica de imperialistas. Segundo ele, ‘as declarações e atos desse negacionista e supremacista branco, pretenso monarca presidencial e Senhor do Universo, expõem e revelam a face arbitrária, insensível e cruel de Trump’.
Além das sanções contra Moraes, o governo americano aplicou uma taxa de 50% a produtos brasileiros, após ação do deputado Eduardo Bolsonaro nos EUA contra o julgamento da tentativa de golpe. Trump justificou as medidas anunciadas dizendo que há um ‘caça às bruxas’ contra o ex-presidente no Brasil. Bolsonaro é um dos réus no processo, acusado de liderar o plano golpista em 2022.
Para o ex-ministro da Suprema Corte, o ex-capitão é um discípulo de Trump, que tentou abolir de forma violenta a democracia brasileira e atua contra o próprio país. ‘É um político menor, destituído da condição honrosa de estadista, golpista, medíocre, apologista da tortura, intolerante, que conspirou na tentativa de abolir, com violência, as bases luminosas do Estado Democrático de Direito’.
Por isso, de acordo com Celso de Mello, o povo brasileiro tem o dever cívico e político irrenunciável de defender a soberania do país e lutar contra qualquer possibilidade de interferência externa.