Um vídeo divulgado neste final de semana pelo Hamas vem provocando revolta em Israel. A gravação parece mostrar Evyatar David, uma das cerca de 250 pessoas feitas reféns durante os ataques liderados pelo Hamas em 7 de outubro de 2023, visivelmente magro, com os ossos aparecendo sob a pele. David cava uma sepultura e diz para a câmera que é onde “provavelmente será enterrado”. As imagens mostram ainda crianças palestinas morrendo de fome.
“Hoje é 27 de julho, meio-dia, não sei o que vou comer. Não como há vários dias seguidos”, diz David no vídeo, cuja data não pode ser confirmada de forma independente por agências internacionais de notícias. “O tempo está se esgotando. Vocês são os únicos que podem acabar com isso”, afirma, no que parecem ser comentários direcionados à liderança de Israel. Segundo o jornal inglês The Guardian, a família de David acusa o Hamas de deixá-lo passar fome propositalmente.
A divulgação das imagens acontece em um momento em que a comunidade internacional faz apelos por um cessar-fogo, principalmente por conta da situação crítica de falta de alimentos que vivem os habitantes da região. Quase 170 pessoas em Gaza – mais de 90 delas crianças – morreram de desnutrição desde o início da guerra, de acordo com o Ministério da Saúde palestino. O número de mortes vem aumentando rapidamente nas últimas semanas.
As restrições israelenses à entrada de bens e ajuda humanitária provocaram uma severa escassez de alimentos e outros itens essenciais. Especialistas em segurança alimentar apoiados pela ONU disseram na última semana que o “pior cenário de fome” está se desenrolando em Gaza.

Segundo informações divulgadas pelo Fórum de Reféns e Famílias Desaparecidas, o enviado do presidente Donald Trump ao Oriente Médio, Steve Witkoff, reuniu-se com as famílias dos reféns no sábado, 2, e enfatizou o compromisso do governo norte-americano com a devolução dos 50 reféns que permanecem em Gaza.
Dos 50 que permanecem em cativeiro, acredita-se que pouco mais de 20 estavam vivos no final de junho.