Presidente da CNI, Ricardo Alban enviou uma longa carta ao secretário de Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, em que apelou pelo adiamento — ou mesmo a suspensão — do tarifaço imposto pelo governo de Donald Trump ao Brasil.
O documento foi despachado em 21 de julho ao escritório de Bessent e também ao embaixador Jamieson Greer, representante de Comércio dos Estados Unidos da América.
Em quatro páginas, Alban buscou mostrar que o tarifaço, que seria desidratado dias depois por Trump, seria “golpe direto no coração das cadeias de suprimentos americanas e brasileiras e uma ameaça a milhares de trabalhadores e empresas de ambos os países”.
“Isso não é sobre Brasil versus América. Isso é sobre uma política que prejudica ambas as nações, minando um laço de 200 anos construído sobre confiança e prosperidade mútua”, disse Alban.
No texto, o chefe da CNI disse que as empresas brasileiras anunciaram 3,4 bilhões de dólares em novos investimentos nos Estados Unidos nos últimos cinco anos (2020-2024), com um estoque total de investimento direto de 33 bilhões de dólares em
2023.
“Esses não são números abstratos. São empresas americanas e brasileiras reais, trabalhadores americanos e brasileiros reais se beneficiando do capital de ambas as nações. Empresas como JBS, Omega Energia, Companhia Siderúrgica Nacional, Bauducco Food e Embraer estão construindo, inovando e criando oportunidades na América”, escreveu Alban.
“O ímpeto continua: em 2025, mais nove empresas brasileiras anunciaram novos investimentos nos EUA, incluindo grandes projetos da Companhia Brasileira de Cartuchos e JBS. Estes investimentos brasileiros apoiam diretamente a manufatura, energia, tecnologia e agricultura americanas, setores críticos para força e prosperidade local”, seguiu o dirigente.