Uma das séries mais infames da contemporaneidade, And Just Like That chegará ao fim no dia 14 de agosto, quatro anos após ter sido lançada no streaming HBO Max. Via comunicado publicado nas redes oficiais da produção, o roteirista Michael Patrick King justificou ter percebido enquanto escrevia o fim da atual temporada que aquele seria um “ponto final maravilhoso”. Segundo ele, a decisão está de acordo com a atriz protagonista e produtora Sarah Jessica Parker, o CEO da HBO Casey Bloys e a chefe de conteúdo do Max Sarah Aubrey. O fim derradeiro será dividido entre os episódios 11 e 12. “Sarah e eu decidimos segurar a notícia porque não queríamos que a palavra “fim” pairasse sobre a diversão dos episódios. É com imensa gratidão que reconhecemos todos os espectadores que deixaram que nossas personagens entrassem em suas casas e corações”, concluiu.
Com isso, milhões de fãs ao redor do globo serão desvencilhados das amarras que os prendiam à série pelo chamado hate-watching, efeito que capta a atenção do público com base em roteiros desconjuntados e falhas gritantes de roteiro e produção que, de tão absurdas, atraem em vez de repelir. Exemplo recente foi gafe do terceiro episódio da terceira temporada, no qual ocorre o funeral do pai de Lisa Todd Wexley (Nicole Ari Parker). A trama não seria nada demais, não tivesse a personagem relatado a morte do pai já na primeira temporada. Lapsos de coesão como esses provocam um humor acidental que, muitas vezes, excede o pretendido.
Desde seus primeiros episódios, And Just Like That fascinou e confundiu seu público com personagens descaracterizadas e circunstâncias exageradas demais até para os parâmetros de Sex and the City (1998-2004), que sempre narrou a vida exuberante de suas personagens centrais com certo ar de conto-de-fadas urbano. Com o propósito de retratar agruras e prazeres de mulheres na faixa dos 50 e 60 anos, a série até se arriscou — fez a mãe de família e advogada Miranda (Cynthia Nixon), por exemplo, passar por uma redescoberta de sua identidade sexual —, mas nunca conseguiu se livrar de comparações ao seriado original, mais despojado e muito menos frígido. Outra pedra no sapato dos roteiristas era a ideia de que era necessário modernizar e diversificar suas personagens. Apesar de interpretadas por boas atrizes como Parker, Sarita Choudhury e Karen Pittman, as novas mulheres da série tiveram pouco desenvolvimento e jamais puderam se destacar dentro da trama inflada.
A série é a terceira retomada do universo de Sex and The City. Antes dela, dois filmes foram lançados em 2008 e 2010, respectivamente, ambos fracassos de crítica, apesar do desempenho satisfatório nas bilheterias. O segundo, em particular, também é alvo de hate-watching graças à miríade de estereótipos orientais promovidos pelas personagens durante viagem a Abu Dhabi, entre outros absurdos cômicos — como um casamento gay oficializado por Liza Minnelli, que canta Single Ladies (Put a Ring on It), de Beyoncé.
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