Os governo dos Estados Unidos sancionou nesta quinta-feira, 31, a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) e a Autoridade Palestina (AP), que governa a Cisjordânia. Em comunicado, o Departamento de Estado dos EUA acusou as duas de continuar a “apoiar o terrorismo, incluindo incitação e glorificação da violência (especialmente em livros didáticos)”. Com a decisão a OLP e AP estão proibidas de ter visto americano e, portanto, de entrar no país.
Além disso, a declaração alega que a OLP e a AP tomaram “medidas para internacionalizar seu conflito com Israel, como por meio do Tribunal Penal Internacional (TPI) e do Tribunal Internacional de Justiça (CIJ)” e forneceram “pagamentos e benefícios em apoio ao terrorismo a terroristas palestinos e suas famílias”. O Departamento de Estado também afirma que é de “interesse de segurança nacional impor consequências e responsabilizar a OLP e a AP por não cumprirem seus compromissos e prejudicarem as perspectivas de paz”.
O anúncio ocorreu enquanto o enviado especial dos Estados Unidos para o Oriente Médio, Steve Witkoff, chegava a Israel para uma reunião com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. Em meio à crescente pressão internacional, a visita tem como objetivo destravar as negociações por um cessar-fogo e ampliar a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.
De acordo com autoridades médicas locais, pelo menos 156 pessoas morreram de fome ou desnutrição desde o início da guerra, a maioria delas nas últimas semanas, incluindo pelo menos 90 crianças. Logo após a chegada de Witkoff, o presidente dos EUA, Donald Trump, usou a sua rede social, a Truth Social, para opinar sobre o melhor caminho, segundo ele, para encerrar a guerra: “A forma mais rápida de encerrar a crise humanitária em Gaza é o Hamas SE RENDER E LIBERTAR OS REFÉNS!!”.
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Negociações estagnadas
Enquanto isso, as negociações indiretas entre Israel e o Hamas continuam emperradas. As conversas mediadas por Catar e Egito em Doha terminaram na semana passada sem acordo, com impasses sobre os termos da retirada militar israelense da Faixa de Gaza. Israel respondeu recentemente às últimas emendas do Hamas a uma proposta americana que prevê uma trégua de 60 dias, troca de prisioneiros e liberação parcial dos reféns. No momento, o grupo palestino radical mantém 59 reféns, dos quais estima-se que apenas 24 estejam vivos.
A pressão sobre o Hamas também vem de dentro. Com o número de mortos palestinos ultrapassando 60 mil desde o início da guerra, aumentam as cobranças para que o grupo aceite um cessar-fogo. Mesmo sob apelos por paz, o governo israelense reafirmou que não aceitará o fim da guerra enquanto o Hamas continuar no poder.
Netanyahu, pressionado por aliados de extrema-direita que defendem a reconquista de Gaza e a reinstalação de assentamentos judaicos na região, insiste que o grupo palestino deve ser desarmado e destituído. O Hamas, por sua vez, rejeita a exigência.