Até o início do século XX, a sexualidade feminina era cercada de silêncios e proibições. As mulheres eram criadas para serem “virgens de corpo e alma”, completamente alheias ao que acontecia entre quatro paredes, até o momento do casamento. “Na noite de núpcias, elas sequer sabiam o que era uma penetração. Muitas eram pegas de surpresa e tentavam fugir para a casa dos pais”, comenta a historiadora Mary Del Priore, uma das palestrantes da série cultural Relações Amorosas em Pauta, organizada pela Fundação Maria Luisa e Oscar Americano (FMLOA).
Foi nesse contexto que surgiu, na Inglaterra, a tradição do honeymoon. A viagem para um local distante, logo após o casamento, tinha um propósito claro: isolar o casal, impedindo que a noiva fugisse e garantindo que o matrimônio fosse consumado longe de olhares alheios. O que hoje é visto como um romântico retiro a dois nasceu, na verdade, de uma estratégia para controlar o corpo e os desejos das mulheres.
