Os Estados Unidos e a União Europeia anunciaram um rascunho de acordo comercial para evitar um tarifaço de 30% sobre os produtos europeus importados pelos americanos. A proposta foi anunciada neste domingo, 27, após reunião entre o presidente americano, Donald Trump, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
Pelo esboço inicial do acordo, o imposto sobre exportações da União Europeia aos Estados Unidos seria elevado dos atuais 10% para 15% sobre todos os produtos. Em contrapartida, o bloco europeu se comprometeria a investir até 750 bilhões de dólares no setor de energia americano — o que pode incluir, por exemplo, a compra de petróleo bruto ou combustíveis refinados.
O encontro entre Trump e Leyen ocorreu cerca de duas semanas após a Casa Branca anunciar tarifas adicionais de 30% sobre as importações europeias, com entrada em vigor prevista para a próxima sexta-feira, 1º. Apesar do recuo dos EUA na ameaça do tarifaço, o acordo fechado neste domingo mantém os impostos de 50% sobre importações de aço e alumínio da Europa e não isenta o setor farmacêutico, um dos principais alvos da guerra comercial de Trump, de ser atingido por tributos mais altos.
“As duas maiores economias do mundo devem manter um bom fluxo comercial”, declarou Ursula von der Leyen a jornalistas após o encontro de hoje, ocorrido no luxuoso resort de golfe do presidente americano em Turnberry, na Escócia. Pouco antes da reunião, questionado por um jornalista se ele considera reduzir as tarifas sobre importações europeias abaixo dos atuais 15%, o chefe da Casa Branca respondeu laconicamente: “Não”.
Não haverá recuo no tarifaço sobre o Brasil, diz secretário de Trump
Mais cedo, o secretário de Comércio da Casa Branca, Howard Lutnick, declarou à TV americana Fox News que não haverá prorrogação do tarifaço anunciado sobre outros países, com previsão de início em 1º de agosto. “As tarifas estão programadas e entrarão em vigor”, afirmou.
Na mesma semana em que anunciou as tarifas de 30% contra a UE, Trump publicou comunicados, por canais diplomáticos e nas redes sociais, que tratavam de tarifaços sobre outros 23 países, incluindo Brasil, México, Canadá e Japão. No caso brasileiro, a ameaça é de taxar todos os bens importados em 50% — o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva levou o caso à Organização Mundial do Comércio (OMC) e diz estar em negociação com representantes da Casa Branca.