Um painel com pelo menos 26 petroglifos havaianos, incluindo figuras humanas estilizadas com cerca de 600 anos, voltou a ficar visível na costa oeste da ilha de Oahu, no Havaí. As imagens, que haviam desaparecido sob camadas de areia, ressurgiram com as recentes mudanças de maré e a ação das ondas durante o verão.
As figuras estão esculpidas diretamente em uma faixa de arenito na praia de Pokai Bay, na cidade de Waianae. O local é de acesso público, mas parte da área é ocupada por um centro recreativo do Exército dos Estados Unidos. É a primeira vez em nove anos que todo o painel fica visível, de acordo com arqueólogos que monitoram o sítio.
O que são os petroglifos?
Petroglifos são desenhos gravados em superfícies rochosas por povos antigos. No caso de Pokai Bay, as imagens têm formas humanas simples — os chamados “bonecos de palito” — e ocupam cerca de 35 metros de extensão ao longo da praia. Entre as figuras identificadas, algumas apresentam possíveis características masculinas, enquanto outras não têm gênero definido.
Segundo estudos anteriores da arqueologia local, os registros pertencem a um período de pelo menos meio milênio atrás, embora a ocupação da região por povos havaianos seja ainda mais antiga — com presença estimada há mais de mil anos.
Por que só aparecem de vez em quando?
A visibilidade dos desenhos depende da movimentação natural da areia. Durante o verão, sistemas de baixa pressão e ondas mais fortes removem parte da areia que costuma cobrir a área rochosa. Com isso, os petroglifos reaparecem temporariamente até serem novamente soterrados com o passar das estações.
Relatos indicam que a primeira redescoberta moderna ocorreu em 2016, após tempestades no fim da primavera. Desde então, partes do painel já haviam sido vistas, mas é a primeira vez desde então que toda a extensão fica exposta simultaneamente.
Preservação e acesso
A presença do Exército na região remonta à década de 1930, quando terras ocupadas por famílias havaianas foram requisitadas para uso militar. Atualmente, representantes das comunidades locais e arqueólogos trabalham juntos para garantir a proteção dos petroglifos, equilibrando o acesso público com medidas de conservação.
As autoridades alertam que, embora os desenhos possam ser observados quando expostos, não é recomendado escavar ou procurar as figuras quando estão cobertas, para evitar danos ao patrimônio.
