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Suprema Corte dos EUA se prepara para decidir imbróglio sobre caso Epstein

A Suprema Corte dos Estados Unidos tem até o final de setembro para decidir se aceitará um recurso da socialite britânica Ghislaine Maxwell, cúmplice de Jeffrey Epstein, bilionário acusado de tráfico sexual de adolescentes que cometeu suicídio na prisão em 2019. A movimentação no mais alto tribunal dos EUA ocorre enquanto o presidente Donald Trump enfrenta uma crise na sua base política, a Make America Great Again (MAGA), por desconfianças de que participou do esquema de Epstein.

Os advogados de Maxwell alegam que a sua prisão viola um acordo firmado por Epstein em 2007, que protegia pessoas envolvidas no escândalo sexual de processos criminais. No momento, a socialite cumpre pena de 20 anos, iniciada em 2021, após um júri de Nova York considerá-la culpada por ajudar Epstein a abusar de adolescentes. O pacto de Epstein deveria, segundo a equipe jurídica da britânica, ter impedido a condenação de Maxwell. A apelação à Suprema Corte busca, então, anular a sentença.

Seus advogados têm até a próxima segunda-feira, 28, para apresentar um recurso formal por escrito ao tribunal. A eventual libertação de Maxwell pode gerar novos problemas para o governo Trump, acusado por antigos apoiadores de ocultar provas sobre o caso Epstein. Dar um passe livre à socialite aumentaria as críticas à Casa Branca, já que a Suprema Corte dos EUA é de maioria conservadora, com três juízes indicados pelo republicano.

A mensagem que corre risco ser disseminada pelos ex-aliados é de que cúmplices do financista que caiu em desgraça podem sair impunes dos crimes cometidos — assim como Trump teria conseguido, de acordo com os conspiracionistas da MAGA. A situação se tornou ainda mais delicada na quinta-feira, 14, quanto o vice-procurador-geral dos EUA, Todd Blanche, ex-advogado pessoal de Trump, se encontrou com Maxwell na Flórida, no que foi considerado pela defesa dela como “um dia muito produtivo”.

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O acordo

O acordo de 2007 tinha como objetivo livrar Epstein de um processo federal através de uma admissão de culpa de crimes estaduais na Flórida por solicitação de prostituição, incluindo de menores de idade. Ele chegou a cumprir 13 meses de prisão em uma unidade estadual de segurança mínima. Mais tarde, em 2019, o magnata voltou para trás das grades.

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Epstein foi encontrado morto por enforcamento — resultado de um suicídio, segundo um relatório recente do Departamento de Justiça dos EUA — na cela, enquanto aguardava julgamento por acusações de tráfico sexual de menores em Manhattan. Ele havia se declarado inocente. Em 2020, foi a vez de Maxwell ser presa. No ano seguinte, foi condenada por recrutar e aliciar meninas para encontros sexuais com Epstein entre 1994 e 2004.

Ela apelou a um juiz de primeira instância e ao Tribunal de Apelações do 2º Circuito dos EUA, sediado em Nova York, para que a condenação fosse anulada com base no acordo de não acusação, que previa que “os Estados Unidos também concordam que não instituirão nenhuma acusação criminal contra quaisquer potenciais co-conspiradores de Epstein”. Agora, no pedido à Suprema Corte, o advogado de Maxwell, David Markus, destacou que o pacto não tinha limite geográfico e deveria, então, ter sido aplicado em NY.

“Se o governo promete uma coisa e cumpre outra — e os tribunais deixam isso acontecer — isso corrói a integridade do sistema de justiça”, disse Markus à agência de notícias Reuters. “Não se trata apenas de Ghislaine Maxwell. Trata-se de saber se o governo cumprirá sua palavra.”

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Trump e Epstein

A relação entre Trump e Epstein é antiga. Em 2002, ele disse à revista New York que Epstein era “fantástico” e “muito divertido de se estar por perto”, acrescentando: “Dizem até que ele gosta de mulheres bonitas tanto quanto eu, e muitas delas são do tipo mais jovem”. Trump também contou que a dupla se conhecia há 15 anos, já que fazia parte de círculos sociais de elite de Nova York e da Flórida.

O republicano, que prometeu divulgar os arquivos caso retornasse à Casa Branca, virou alvo de uma teoria da conspiração da MAGA sobre o seu suposto envolvimento no conluio de Epstein. Na semana passada, o líder americano rejeitou uma nova investigação contra Esptein, definindo o assunto como “chato” e apenas interessante para “pessoas más”. Ele também disse que apoia a publicação de arquivos “confiáveis” para calar o alvoroço causado pelos seus antigos apoiadores.

“Não entendo por que o caso Jeffrey Epstein seria do interesse de alguém”, opinou Trump a repórteres. “É um assunto bem chato. É sórdido, mas é chato, e não entendo por que continua acontecendo.

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“Acho que só pessoas bem ruins, incluindo as fake news, querem manter algo assim acontecendo. Mas informações confiáveis, que eles as deem. Qualquer coisa que seja confiável, eu diria, que eles tenham”, acrescentou.

 

 

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