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As novas evidências da amizade entre Trump e Epstein, segundo NYT

O nome do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aparece na lista de colaboradores de um álbum que comemorava os 50 anos de Jeffrey Epstein, bilionário acusado de tráfico sexual de adolescentes que cometeu suicídio na prisão em 2019, revelou o jornal americano The New York Times nesta sexta-feira, 25. A novidade surge enquanto o republicano enfrenta uma grave crise na sua base política, a Make America Great Again (MAGA), por desconfianças de que está em uma lista secreta do esquema de Epstein.

Trump aparece ao lado de uma série de nomes, como Leslie H. Wexner, então dona da marca de lingerie Victoria’s Secret, segundo o jornal. O presidente dos EUA nega ter feito parte do álbum, que foi organizado por Ghislaine Maxwell, então braço direito de Epstein, em 2003. O encadernado de couro reunia mensagens manuscritas, desenhos, colagens e fotos de amigos e conhecidos.

Na semana passada, o jornal americano The Wall Street Journal divulgou um bilhete atribuído a Trump que supostamente fazia parte do álbum. Trata-se de um esboço feito com caneta preta, retratando o corpo nu de uma mulher, com destaque para os seios e a assinatura “Donald” na região pubiana. Um texto simula um diálogo entre os dois amigos, em que Trump diz coisas como “Temos certas coisas em comum, Jeffrey”, “enigmas nunca envelhecem” e “que cada dia seja um segredo maravilhoso”.

O republicano, em resposta, negou ser autor do conteúdo, que chamou de “farsa”, e abriu uma ação contra o WSJ e seu proprietário, Rupert Murdoch, que controla um império da mídia com produtos como a Fox News. No processo de difamação, o presidente dos EUA pede pelo menos US$ 20 bilhões (mais de R$ 110 bilhões) em indenização. Uma postagem do próprio Trump nas redes sociais confirmou rumores que circulavam nos círculos políticos e midiáticos: a Casa Branca chegou a tentar impedir o jornal de publicar a reportagem.

“Eu disse a Rupert Murdoch que era tudo uma farsa, que ele não devia publicar esta história falsa. Mas ele publicou, e agora vou processá-lo e processar o seu jornal de terceira categoria”, escreveu na Truth Social, sua rede social. Numa declaração anterior, a equipe de Trump disse que ele “pessoalmente” alertou o proprietário do WSJ e a editora-chefe, Emma Tucker, de que a carta era “falsificada”.

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Amizade antiga

A relação entre Trump e Epstein é antiga. Em 2002, ele disse à revista New York que Epstein era “fantástico” e “muito divertido de se estar por perto”, acrescentando: “Dizem até que ele gosta de mulheres bonitas tanto quanto eu, e muitas delas são do tipo mais jovem”. Trump também contou que a dupla se conhecia há 15 anos, já que fazia parte de círculos sociais de elite de Nova York e da Flórida.

Embora Trump, hoje, negue tamanha proximidade, o The New York Times divulgou mais um indício da aproximação entre os dois: uma dedicatória do republicano em um exemplar do livro “Trump: A Arte do Retorno” dado a Epstein. A assinatura é datada de “outubro de 97”, quando a obra foi lançada. “Para Jeff — Você é o maioral!”, escreveu Trump na época.

O presidente, que prometeu divulgar os arquivos caso retornasse à Casa Branca, virou alvo de uma teoria da conspiração da MAGA sobre o seu envolvimento no conluio de Epstein. Na semana passada, o líder americano rejeitou uma nova investigação contra Esptein, definindo o assunto como “chato” e apenas interessante para “pessoas más”. Ele também disse que apoia a publicação de arquivos “confiáveis” para calar o alvoroço causado pelos seus antigos apoiadores.

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“Não entendo por que o caso Jeffrey Epstein seria do interesse de alguém”, opinou Trump a repórteres. “É um assunto bem chato. É sórdido, mas é chato, e não entendo por que continua acontecendo.

“Acho que só pessoas bem ruins, incluindo as fake news, querem manter algo assim acontecendo. Mas informações confiáveis, que eles as deem. Qualquer coisa que seja confiável, eu diria, que eles tenham”, acrescentou.

A teia conspiracionista foi promovida pelo magnata Elon Musk, antigo braço direito de Trump. Após deixar o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês), em maio, o bilionário passou de consigliere a inimigo do presidente dos EUA em um curto espaço de tempo. Além de criticar abertamente o plano de cortes de gastos e impostos de Trump, o dono da Tesla acusou o republicano de boicotar a liberação dos arquivos Epstein por ter sido citado neles.

“Hora de jogar a bomba realmente grande: Donald Trump está nos arquivos de Epstein. Essa é a verdadeira razão pela qual eles não se tornaram públicos. Tenha um ótimo dia, DJT (Donald John Trump)!”, escreveu Musk no X, antigo Twitter, rede social da qual é dono, antes de apagar a publicação dias mais tarde.

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