O ex-congressista por Nova York George Santos, de 36 anos, irá se apresentar às autoridades americanas nesta sexta-feira, 25, para cumprir sua pena de 7 anos e 3 meses de prisão. Condenado por fraude e roubo de identidade, Santos deve se entregar à Justiça até as 14h locais (15h em Brasília).
Ainda não está claro onde ou quando ele irá se entregar. O Federal Bureau of Prisons (BOP), órgão do governo dos Estados Unidos responsável pela administração das prisões federais, não divulga esse tipo de informação antecipadamente. Segundo o BOP, os locais são determinados a partir do nível de supervisão, necessidades médicas e medidas de segurança.
Em declaração dada antes da sentença, Santos afirmou que pretendia pedir para ficar na solitária. Além dos 87 meses de prisão aos quais foi condenado, ele também terá que pagar US$ 373 mil (mais de R$ 2 milhões, na cotação atual) em multas e restituições.
Relembre o caso
Santos foi condenado pela Justiça americana após confessar ser culpado de fraude eletrônica federal e roubo de identidade. Investigações revelaram que ele usou identidades falsas, incluindo de familiares, e enganou doadores para juntar recursos ilícitos à sua campanha federal. O republicano chegou a aplicar um esquema de cartão de crédito para roubar doadores idosos e com deficiência cognitiva.
Documentos divulgados pelo Comitê de Ética da Câmara dos Deputados americana apontam que os recursos captados pelo ex-congressista foram usados para adquirir itens de luxo e pagar aluguéis e outras acomodações nos Hamptons, as vilas de luxo na costa nova-iorquina, e em Atlantic City, conhecida por seus vários cassinos. Segundo os promotores, ele “zombou” do sistema eleitoral e usou uma “biografia totalmente fictícia” para enriquecer e capturar um dos cargos mais altos.
“A partir do momento em que declarou sua candidatura ao Congresso, Santos usou sua campanha para enriquecimento próprio”, disse o procurador americano John Durham após a sentença. “Ele fez isso visando contribuintes específicos. Santos os via como alvos fáceis e os tornava vítimas de sua fraude”.
Após a sentença, Santos pediu clemência e leu uma declaração no tribunal, admitindo trair as instituições e seus apoiadores. Momentos depois, ele postou uma longa declaração no X (antigo Twitter), onde disse que “7 anos é uma sentença politicamente motivada” e implorando ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que o dê a “chance de provar que sou mais que os erros que cometi”. A declaração não foi comentada pela Casa Branca.
Santos se destacou nas eleições americanas de 2022, ajudando o Partido Republicano a ter maioria na Câmara. No entanto, logo após ser empossado, viu uma série de acusações surgirem. As primeiras vieram em maio de 2023, com novas surgindo em outubro. Sua má conduta levou à formulação de um relatório de 56 páginas pelo Comitê de Ética da Câmara. Semanas após isso, o filho de brasileiros foi removido do Congresso. Ele foi o sexto membro da Câmara a ser expulso na história americana.