Ex-diretor de Operações do Ministério da Justiça e ex-secretário-adjunto da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, Fernando de Sousa Oliveira admitiu que, durante o segundo turno das eleições de 2022, houve uma mudança de postura do então ministro Anderson Torres, convocando mais reuniões relacionadas ao processo eleitoral.
“Antes do primeiro turno, não tivemos nenhum encontro. No segundo turno, houve uma demanda exacerbada de Torres em relação à eleição. Eu fui convocado pelo menos seis vezes. Três vezes para reuniões com o ministro, outras três para conversa apenas com o secretário [de operações integradas, Alfredo] Carrijo. Houve uma mudança de postura do ministro demandando bastante a diretoria de operações”, disse Oliveira em interrogatório no STF, onde é réu do núcleo 2 da trama golpista.
Segundo ele, na reunião que ocorreu em 19 de outubro, não houve discussão sobre uma eventual operação de policiamento direcionado no segundo turno da disputa eleitoral.
Questionado pelo juiz auxiliar Rafael Henrique Tamai Rocha, Oliveira disse que o encontro teve três pautas: apresentação de dados e matérias sobre crimes eleitorais, um pedido de Torres por maior empenho das forças policiais nas ruas no segundo turno e uma solicitação ao diretor da PRF Silvinei Vasques para apoio a PF nas eleições.
