A bolsa de valores corrigiu a rota, mudou de humor e encerrou o pregão no campo positivo. Isso ocorreu basicamente porque o Ibovespa acompanhou o otimismo com acordos comerciais firmados recentemente com os Estados Unidos, especialmente com o Japão. Assim, ficaram em segundo plano as questões nacionais: a aproximação da data de início da taxação de 50% sobre as exportações de produtos brasileiros nos Estados Unidos e a flexibilização superior a 20 bilhões de reais no Orçamento do governo.
Assim, o Ibovespa, principal índice de referência da bolsa de valores, encerrou o dia em alta de 0,99%. Com isso, o índice superou os 135 mil pontos e voltou a apontar para cima – isso até a próxima leva de notícias domésticas atormentar novamente os operadores do mercado.
A bolsa de valores, sempre bom lembrar, começou o ano chafurdando em torno dos 120 mil pontos, mas experimentou no primeiro semestre forte elevação, que levou o índice a superar os 140 mil pontos. A expectativa é que a barreira simbólica dos 150 mil pontos seja alcançada até o fim de 2025.
Para Davi Lelis, sócio da Valor Investimentos, o volume de negócios nesta quarta-feira, 23, ficou abaixo da média mensal. Enquanto essa média é de cerca de 23 bilhões de reais negociados, a posição de quarta girou em torno dos 18 bilhões de reais movimentados.
A bolsa e o desempenho de algumas ações
Individualmente, o desempenho que mais chama a atenção foi a queda da WEG (WEG3). A catarinense caiu mais de 7% no dia em que divulgou seus resultados do segundo trimestre. O lucro líquido da companhia chegou a 1,59 bilhões de reais. E o Ebitda foi de 2,59 bilhões de reais. O Ebitda mede o desempenho das empresas antes do desconto de juros, impostos, da depreciação e da amortização. Não são resultados ruins, mas ficaram abaixo da expectativa do mercado na opinião de Lelis.
Não ajuda em nada a companhia o fato de o tarifaço de Donald Trump atingir a catarinense em cheio.
Houve também desempenhos positivos. Petrobras (PETR4) subiu em torno de 2%. E a Vale (VALE3) ficou praticamente no zero a zero. Itaú (ITUB4) e Bradesco (BBDC4), dois papéis também com peso no Ibovespa, também subiram mais de 1% nesta quarta-feira.
O retrato desta quarta tem tudo para ser o filme dos próximos dias, com o mercado com um pé nos acordos comerciais com outros países e com a expectativa crescendo em torno da crise política e comercial envolvendo o Brasil e os Estados Unidos.