O ex-presidente Michel Temer decidiu divulgar um pronunciamento, nesta quarta, em que pede “diálogo” e “bom senso” das autoridades brasileiras e norte-americanas para negociar o fim da crise do tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros e a suspensão de vistos de ministros do STF imposta pelo governo de Donald Trump.
“Em momentos sombrios, sejamos sóbrios”, diz o ex-presidente. “Ao longo do tempo sempre pregamos a pacificação do país. Em momentos em que nada parece estar favorável, em que tudo parece se distanciar de uma solução, de estarmos debaixo de uma tempestade, é hora de procurar abrigo no porto seguro do diálogo”, diz Temer.
O ex-mandatário se diz “entristecido” com o tarifaço sobre produtos brasileiros e critica a “lamentável eliminação de vistos dos ministros da Suprema Corte” pelo governo Trump — algo “injustificável e inadmissível”, segundo Temer.
Sem citar o presidente Lula, que vem adotando um linguajar de boteco sindical para mandar recados a Trump durante eventos políticos aqui no Brasil, Temer diz que tais “inadequações” na relação do Brasil com os Estados Unidos “não se resolvem com bravatas, com ameaças, com retruques, com agressões”.
“Vivemos um momento em que a ação responsável e a experiência não podem ser esquecidas. Mas praticadas”, diz Temer. “O bom senso e o cálculo estratégico devem prevalecer, sem jamais partir para um confronto que transforme a situação em uma briga de rua: de brasileiros contra brasileiros, de país contra país”, diz o ex-mandatário.
Leia o pronunciamento de Temer:
Ao longo do tempo sempre pregamos a pacificação do país.
Em momentos em que nada parece estar favorável, em que tudo parece se distanciar de uma solução, de estarmos debaixo de uma tempestade, é hora de procurar abrigo no porto seguro do diálogo.
Na turbulência, mais do que nunca, é que devemos buscar entendimento, construir consensos, buscar convergências, união. Respirar respeito.
É isso que mantem a democracia viva e um país soberano.
E tudo isso deve começar dentro de casa para, depois, atravessar fronteiras.
Digo isso entristecido com a taxação despropositada imposta aos nossos produtos e pela lamentável eliminação de vistos dos ministros da Suprema Corte, o que é injustificável e inadmissível.
São inadequações que não se resolvem com bravatas, com ameaças, com retruques, com agressões.
Resolve-se pelo diálogo que se faz entre nações, especialmente nações parceiras.
E o diálogo se faz pelos mais variados meios: pela diplomacia tradicional, pelo contato dos legislativos e, naturalmente, pela interlocução entre os chefes dos respectivos governos.
É difícil? No caso, pode ser. Mas não pode deixar de ser tentado.
Vivemos um momento em que a ação responsável e a experiência não podem ser esquecidas. Mas praticadas.
Em momentos sombrios, sejamos sóbrios.
O bom senso e o cálculo estratégico devem prevalecer, sem jamais partir para um confronto que transforme a situação em uma briga de rua: de brasileiros contra brasileiros, de país contra país.
Devemos agir e reagir como uma nação livre e soberana que somos.
Sem excessos, de ambas as partes, e sempre rigorosamente guiados pelos tratados internacionais e pela nossa constituição.
É o meu desejo.
Obrigado e um mundo melhor para todos.”