Ao longo de sua trajetória, Preta Gil levou para algumas de suas músicas as causas que sempre apoiou abertamente, como a liberdade da mulher e do seu corpo, diversidade, amor próprio e aceitação. A coluna GENTE reuniu as principais canções que abordaram as temáticas defendidas pela cantora, que morreu no domingo, 20, os 50 anos.
Sinais de Fogo (2003). Um dos maiores sucessos de Preta, a balada romântica fala sobre entrega emocional e reforça a liberdade de amar sem medo e sem rótulos. “Quando você me vê eu vejo acender/Outra vez aquela chama/Então pra que se esconder você deve saber/O quanto me ama”. A metáfora do fogo é um dos pontos que traz o aspecto da paixão intensa, um sentimento que não se apaga mesmo com a distância. A composição foi um presente de Ana Carolina para a amiga.
Stereo (2010). Mais uma canção que traz o empoderamento feminino e a quebra de estereótipos no centro. Na letra, a composição ressalta o lugar da mulher na música e na vida, descrevendo alguém com lado doce “que ninguém vê”, mas que sabe impor limites e não tolera certos comportamentos. “Já tá totalmente sem noção/Ligar de madrugada para me aborrecer”. O arranjo também mostra a influência da música pop que funciona muito bem em pistas de dança e apresentações ao vivo.
Sou Como Sou (2012). A música de 2013 é uma clara mensagem de rejeição aos padrões impostos pela sociedade. A crítica já começa no “tem que ser” branco, alto, magro, bem dotado ou hétero e “tem que ter” carro do ano ou cartão de crédito. E o refrão “Quer saber? Sou como sou” é nitidamente um desabafo oriundo do cansaço de tentar se encaixar no que é exigido pelo social.
Só o Amor (2016).Cantada em parceria com Gloria Groove, a canção ressalta liberdade individual e a força transformadora do amor, enfatizando a importância de seguir o coração para superar as adversidades da vida. Assim como em muitas outras, a determinação da mulher também está na letra: “Ela faz o destino dela”.
Decote (2017). Com a participação de Pabllo Vittar, o hit exalta de forma vibrante o empoderamento feminino e autoconfiança, destacando o corpo livre e a sensualidade sem culpa, como no trecho: “Eu falei/Que era mais forte/Agora boa sorte/Me libertei/Não se importe com meu decote”. Ao dividir os vocais com Pabllo, Preta, declaradamente bissexual, reafirmou também sua posição de aliada e um dos ícones da representatividade.