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O discreto aceno de Milei à China

O governo da Argentina anunciou na segunda-feira 21 que cidadãos da China com permissão de entrada nos Estados Unidos não precisam mais de vistos argentinos para entrar no país a turismo ou negócios, uma flexibilização que ocorre em meio à aproximação entre Pequim e Buenos Aires. É um aceno discreto, mas que contrasta com declarações anteriores do presidente portenho, Javier Milei, que fez campanha com duras críticas ao governo chinês – o qual chamou de “assassino” –, dizendo que não negociaria com “comunistas”.

O discurso no palanque não se materializou ao chegar no cargo. Afinal, Argentina e China são importantes parceiros comerciais, e o país sul-americano é um dos principais fornecedores de produtos como carne bovina, soja e lítio para o mercado chinês. A cooperação entre os dois se aprofundou nos últimos anos.

A decisão de Milei foi tomada para impulsionar o turismo e “desativar” mecanismos que “impedem o livre desenvolvimento da economia argentina, da qual o turismo é uma área estratégica”, segundo um comunicado no site do governo argentino.

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A medida veio após a China, em maio, estender sua política de isenção de vistos a cidadãos da Argentina, bem como aos do Brasil, Chile, Peru e Uruguai, colocando algumas das maiores economias da América Latina em pé de igualdade com muitos países europeus e asiáticos.

Em linha com a isenção adotada pela China, “considera-se apropriado adotar medidas equivalentes para cidadãos chineses portadores de passaportes comuns que entrem para fins turísticos e comerciais”, afirma o comunicado.

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A China é o segundo maior parceiro comercial da Argentina, depois do Brasil, e um investidor-chave em projetos de infraestrutura, energia e mineração no país. O gigante asiático também concedeu uma linha de swap cambial multibilionária à Argentina, amenizando bilhões de dólares em pagamentos que a nação latino-americana precisa pagar nos próximos meses.

A Argentina também faz parte da Iniciativa Cinturão e Rota da China, à qual aderiu em 2022, durante o governo do peronista Alberto Fernández.

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