Acaba neste domingo, 20, a licença de 120 dias solicitada pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para se ausentar dos trabalhos na Câmara e viajar aos Estados Unidos, onde tem articulado sanções do governo americano contra o Brasil e o Supremo Tribunal Federal (STF).
“Eu não vou fazer nenhum tipo de renúncia. Se eu quiser, eu consigo levar meu mandato, pelo menos, até os próximos três meses”, afirmou o deputado em uma live nas redes sociais neste domingo.
Sem a renúncia e com o fim da licença, a partir de agora, ele precisa marcar presença no Congresso Nacional para não receber faltas sem justificativas. O mandato dele pode ser perdido caso ele obtenha faltas em um terço das sessões plenárias.
Contudo, a marcação das faltas só começará a ser feita a partir de 4 de agosto, já que o Parlamento brasileiro entrou em recesso na última sexta-feira, 18, e só retomará as atividades no próximo mês.
Na última semana, o deputado afirmou que está “disposto a sacrificar o mandato” para continuar nos Estados Unidos. Ele acredita que será preso por ordem do STF se voltar ao Brasil. Ele é investigado na suprema corte brasileira pelos crimes de coação, obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
No sábado, 19, o ministro Alexandre de Moraes afirmou que Eduardo intensificou condutas ilícitas com postagens e ataques contra ele e ao STF após a busca e apreensão na casa do pai, Jair Bolsonaro, na sexta.
Nos EUA, e com ajuda do youtuber Paulo Figueiredo, Eduardo tem participado de reuniões com políticos americanos do alto escalão do partido republicano e da Casa Branca. Inicialmente, ele falava em promover sanções americanas contra Moraes, chamando o magistrado de ditador e acusando-o de implementar um regime ditatorial no Brasil.
No entanto, as articulações saíram do controle, levando o presidente Donald Trump a taxar todos os produtos brasileiros em 50% para serem importados pelos EUA. A situação provocou um racha no bolsonarismo, opondo Eduardo e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que, pressionado pelos empresários paulistas, passou a tentar negociar uma solução.
Segundo Eduardo, a única moeda de negociação possível com Trump neste momento é a anistia àqueles que depredaram os prédios da Praça dos Três Poderes, em Brasília, e aos que são acusados de tentativa de golpe de Estado no 8 de Janeiro de 2023 — incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).