O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, anunciou no sábado, 19, que seu governo propôs formalmente uma nova rodada de negociações de paz com Moscou, a ser realizada já na próxima semana. A iniciativa, que visa acelerar um cessar-fogo, ocorre em um momento em que o conflito de quase três anos e meio, desencadeado pela invasão russa em 2022, continua a causar estragos.
“Tudo deve ser feito para alcançar um cessar-fogo”, afirmou Zelenskiy em seu habitual discurso noturno à nação. “O lado russo deve parar de se esconder das decisões.”
A oferta foi feita por Rustem Umerov, o recém-nomeado chefe do Conselho de Segurança Nacional e Defesa da Ucrânia. Umerov, ex-ministro da Defesa que liderou a delegação ucraniana em negociações anteriores, foi encarregado de injetar novo impulso às negociações paralisadas.
Duas rodadas anteriores de discussões, ambas realizadas em Istambul nos últimos cinco meses, produziram resultados limitados, principalmente acordos sobre trocas de prisioneiros, mas não conseguiram produzir um avanço para o fim da guerra.
Pressão internacional
A busca por um diálogo renovado se desenvolve em um cenário de pressão internacional intensificada sobre Moscou. O presidente dos EUA, Donald Trump, adotou recentemente um tom mais duro, ameaçando a Rússia com sanções severas caso um acordo de paz não seja alcançado em 50 dias. Este ultimato faz parte de um esforço mais amplo dos aliados da Ucrânia para criar condições para uma solução negociada.
Enquanto isso, a Rússia continua sua ofensiva na região oriental de Donetsk, na Ucrânia. Embora tenha declarado publicamente sua prontidão para novas negociações, Moscou não sinalizou qualquer recuo em relação aos seus principais objetivos de guerra, que Kiev e seus parceiros internacionais consideram maximalistas e inaceitáveis. O Kremlin indicou que aguarda uma proposta formal do lado ucraniano sobre o cronograma e o formato de quaisquer negociações futuras.
