São Paulo é uma cidade de grandes desafios. Trânsito, poluição, transporte público deficitário e a insegurança provocada principalmente pelos frequentes furtos e roubos de celular. Para o trabalhador, que acorda todos os dias de madrugada, quando o dia nem amanheceu, para esperar o ônibus na rua, a rotina ficou ainda pior. Os passageiros precisam lidar com pontos sem conforto e segurança. Muitos não têm cobertura contra chuva, bancos razoavelmente confortáveis e iluminação. Desde 12 de junho, surgiu ainda mais um problema: os coletivos da capital e grande São Paulo começaram a ser apedrejados aleatoriamente por uma gangue. O número de veículos atingidos chega a 800. Nesta sexta-feira, 18, houve uma mudança de padrão da violência deixaram as famílias com crianças e adolescentes mais preocupadas. O alvo foi um micro-ônibus escolar, em São Bernardo do Campo.
Por sorte, o veículo não transportava estudantes, mas professores da rede estadual, que não se machucaram. Mesmo assim, a mudança no tipo de alvo só aumenta a sensação de insegurança da população. Os passageiros que dependem do transporte público já estavam amedrontados, assim como os motoristas, principalmente os que passam pelas regiões mais críticas, onde os vândalos agem. Agora quem não pega ônibus, mas paga para uma empresa de transporte levar os filhos ao colégio, tem mais um motivo de preocupação.
Os ônibus danificados são retirados para conserto, o que prejudica a própria população. A polícia investiga o caso, ainda sem grandes resultados, e suspeita que o caso tenha origem na disputa de poder dentro do sindicato de trabalhadores da categoria. Essa disputa já que dura meses e foi parar na Justiça. Também há suspeitas da ação de grupos rivais no sindicato possam ter começado essa temporada de apedrejamento para prejudicar as empresas das linhas. Oito pessoas já foram presas. O último criminoso foi detido em flagrante, quando atingiu um coletivo na zona norte, na última terça-feira, 15.