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Em quatro horas, ação da PF contra Bolsonaro gera 11 milhões de posts

Levantamento da Ativaweb Group sobre o comportamento das redes sociais na manhã desta sexta, quando a Polícia Federal conduziu Jair Bolsonaro até uma unidade policial para instalar uma tornozeleira eletrônica, mostram que a ordem de Alexandre de Moraes contra o ex-mandatário gerou 11,6 milhões de postagens no Facebook, no Instagram e no X.

O monitoramento ocorreu entre 6h e 11h30 desta sexta. Os dados foram divididos de acordo com a polarização que move o bolsonarismo no embate com o STF e a esquerda no país:

Negativo à operação da PF: 4.814.203 (41,3%)
Críticas ao STF, desconfiança na Justiça, denúncias de perseguição política, uso de termos como “autoritarismo”,
“injustiça”, “vingança institucional, Alexandre de Moraes, Preço Politico ”.

Positivo à operação da PF: 4.838.700 (41,5%)
Apoio às instituições, defesa da democracia, elogios à PF e ao STF, uso de termos como “coragem”, “justiça feita”,
“golpismo punido, brasil soberano, cadeia”.

Neutro: 2.001.100 (17,2%)
Menções descritivas, compartilhamento de links, cobertura jornalística sem expressar posicionamento.

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Segundo o levantamento, embora Bolsonaro mantenha 26,8 milhões de seguidores em seu perfil oficial, os dados mostram uma queda de 23,6% nas interações. Isso revela um sinal claro: o público segue acompanhando, mas está menos reativo. Há uma erosão do engajamento emocional, uma espécie de exaustão narrativa.

“Mesmo com a base digital ainda mobilizada, ela já não responde com a força e a velocidade de outrora. E o algoritmo percebe isso. Ele não reage apenas à quantidade de postagens, mas à intensidade, ao frescor e à capacidade de gerar ressonância além da bolha original”, diz o estudo.

“O ciclo automático de resposta do bolsonarismo dá sinais de saturação. A direita continua com força de mobilização, mas já não controla sozinha os algoritmos. A esquerda e o centro institucional furaram as barreiras digitais e começaram a ditar parte do ritmo da narrativa”, segue o levantamento.

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Durante o monitoramento, a Ativaweb também observou o crescimento de vozes institucionais, perfis jornalísticos e influenciadores independentes tomando espaço de visibilidade antes dominado exclusivamente por apoiadores do ex-presidente.

A decisão de Moraes de retirar as redes sociais de Bolsonaro, por exemplo, teve pouco impacto na mobilização da direita nas redes.

“A tentativa de silenciar Bolsonaro nas redes não apagou sua presença digital. Apenas a descentralizou. Perfis como o de Michelle Bolsonaro, Flávio Bolsonaro e grupos como ‘Fechados com Bolsonaro’ rapidamente assumiram o papel de retransmitir as mensagens do movimento, adaptando o discurso para manter acesa a indignação da base”, diz o estudo.

Os dados revelam ainda um outro fenômeno importante: a explosão do interesse por termos como “tornozeleira eletrônica”, “PF em casa de Bolsonaro”, “STF golpe” e “Bolsonaro proibido de usar redes”. O tráfego de buscas sobre esses temas se intensificou principalmente em São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Goiás e Minas Gerais. “As bolhas ideológicas não apenas colidiram — elas vazaram e se confrontaram nos trending topics”, diz Alek Maracajá, diretor da Ativaweb.

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