O site 12ft.io está fora do ar. A ferramenta burlava os paywalls de sites na internet e chegou ao seu fim nesta segunda, 14. A medida é resultado de uma ação da News/Media Alliance, associação de mais de 2000 veículos de imprensa no mundo. Na última semana, o bloqueador, também chamado de 12 Foot Ladder, apresentou instabilidade e não carrega mais a sua interface.
Em comunicado, a News/Media Alliance informou: “Para proteger o conteúdo com direitos autorais de seus membros, a News/Media Alliance continuará a tomar medidas semelhantes contra outros fornecedores de tecnologias não autorizadas de contorno de paywalls.” A nota afirma que o site 12ft.io “oferecia uma tecnologia ilegal de contorno de paywall que removia as barreiras de acesso, permitindo que os usuários acessassem conteúdos protegidos por direitos autorais — normalmente restritos — sem pagar a taxa exigida”.
Danielle Coffey, presidente e CEO da associação que tem como membros jornais como The New York Times, The Guardian e Bloomberg, disse em nota: “Essa remoção é uma vitória para os editores e para todos que se importam com conteúdo de qualidade. Os editores investem recursos significativos na criação de conteúdos informativos e de alta qualidade para os consumidores, e ferramentas ilegais como o 12ft.io comprometem a capacidade de sustentar esse trabalho financeiramente por meio de assinaturas e receita publicitária.”
Em linha similar, a associação também soltou um comunicado contrário ao novo modo de inteligência artificial do Google e chamou de “roubo” o modelo da big tech. Como muitos chatbots, a IA reúne as informações de sites em suas respostas ao usuário, e tira a necessidade de entrar nas fontes originais. O problema para os editores, por exemplo, é que a remuneração depende do acesso à sua página.
Como o 12ft.io funcionava?
Criado durante a pandemia de Covid-19, em janeiro de 2021, por Thomas Millar, engenheiro de software, o 12ft.io disponibilizava uma caixa de texto para o usuário colar o link com paywall e em seguida ver a publicação sem o bloqueio. A ferramenta atuava como um serviço de busca, tipo o Google, e exibia a versão em cache de uma página, segundo o Tecnoblog.
Millar desenvolveu a ferramenta quando a maioria de suas pesquisas na internet esbarravam nos paywalls. Ironicamente, em 2022, o dono do site começou a cobrar assinaturas para custear a manutenção do servidor.