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O debate gerado após suspeita sobre acidente da Air India

Investigações sobre possíveis causas da queda de um Boeing 787-8 Dreamliner da Air India em 12 de junho trouxeram à tona um debate antigo na indústria da aviação comercial: a instalação de câmeras de vídeo monitorando as ações de pilotos nos cockpits. A medida complementaria os gravadores de voz e dados de voos já utilizados por investigadores de acidentes.

A discussão surgiu nesta semana após um relatório preliminar do Departamento de Investigação de Acidentes com Aeronaves (AAIB) levantar a possibilidade de um dos pilotos do voo 171 ter cortado o combustível dos motores do avião momentos depois de levantar voo, gerando uma situação irreversível.

Os dois interruptores de controle do avião mudaram para a posição de “corte” segundos após a decolagem. O movimento, denominado “cut-off“, costuma ser feito somente após o pouso. Ele impede que os motores recebam combustível e provoca uma perda total de potência.

Um áudio registrado do cockpit expõe um dos pilotos perguntando ao outro por que ele “fez o corte”, seguido pela resposta não. Não é possível identificar quem diz o quê pela gravação, mas o copiloto controlava a aeronave durante o voo, enquanto o capitão monitorava.

Os motores foram reacendidos automaticamente momentos depois, quando os interruptores foram devolvidos à sua posição normal. Um dos motores estava recuperando seu empuxo no momento do acidente, enquanto o outro ainda não havia retornado à potência anterior.

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O Boeing 787-8 Dreamliner da Air India decolou do Aeroporto Internacional Sardar Vallabhbhai Patel, em Ahmedabad, na Índia, no dia 12 de julho. Ele caiu momentos depois. O acidente matou 241 das 242 pessoas a bordo, além de 19 pessoas no solo. Os destroços ainda estão do lado de fora do aeroporto.

Segundo o chefe da Associação Internacional de Transporte Aéreo, Willie Walsh, há um forte argumento para que as câmeras de vídeo sejam instaladas em cabines de avião para complementar os gravadores de voz de dados de voo utilizados por investigadores de acidentes.

A declaração foi dada na quarta-feira, 16. Walsh é um ex-piloto de linha aérea e uma das vozes mais influentes do setor. “Com base no pouco que sabemos agora, é bem possível que uma gravação de vídeo, além da gravação de voz, ajude significativamente os investigadores a conduzir essa investigação sobre a questão da saúde mental”, afirmou.

Para os defensores das câmeras de vídeo nas cabines, as imagens podem preencher lacunas deixadas pelas gravações de áudio e dados. Por outro lado, aqueles contrários à medida levantam preocupações sobre privacidade e uso indevido de imagem. Para estes, as questões superariam os “benefícios marginais” trazidos pelas câmeras às investigações.

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