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Pesquisa mostra favor de Trump, Eduardo e Bolsonaro a Lula

 

A mais recente pesquisa da Quaest expõe um paradoxo nem sempre raro na política: o governo Lula ganhou fôlego justamente após sofrer um revés que muitos acreditavam fatal – a imposição de tarifas por parte de Donald Trump.

Gesto retaliatório em favor de Jair Bolsonaro, inelegível por decisão da Justiça (e em vias de ser preso por atentado ao Estado Democrático de Direito). O tiro do norte-americano, pelo menos por enquanto, saiu pela culatra.

O que a oposição recebeu, em outras palavras, foi um “presente de grego” – enviado diretamente dos Estados Unidos, de onde Eduardo Bolsonaro busca construir o perdão aos golpistas do 8 de janeiro.

Os resultados do levantamento são eloquentes: em relação à última sondagem, a desaprovação do governo caiu de 57% para 53%, enquanto a aprovação subiu de 40% para 43%. Tão expressivo quanto a oscilação é o respiro de Lula em setores em que o desgaste parecia consolidado: o petista cresceu no Sudeste, entre homens com ensino superior e renda mais elevada.

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O presidente, agora, lidera em todos os cenários e contra todos os candidatos da direita e da extrema-direita.

A intervenção de Trump, alardeada por Bolsonaro como prova de alinhamento ideológico, não foi bem recebida nem mesmo entre bolsonaristas: 48% discordam das tarifas impostas ao Brasil. Entre o eleitorado em geral, 72% rechaçam a atitude do presidente dos EUA.

A verdade é que a retaliação uniu o país – mas não contra Lula. As críticas à condução da economia, embora intensas, parecem ofuscadas pela percepção de que o Brasil é alvo de uma investida estrangeira.

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Resumindo: os esforços da oposição para deslegitimar Lula ajudam a revigorar o governo. Eduardo Bolsonaro, ao imputar ao pai a condição de perseguido internacional, ofereceu a Lula a chance de vestir o figurino de estadista ameaçado pelo imperialismo populista que se alia ao extremismo doméstico.

Trump queria penalizar o governo e Bolsonaro queria capitalizar o castigo; entretanto, por ora, o resultado é apenas este: make Lula great again.

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