Em reação ao veto do presidente Lula ao aumento de deputados, o presidente da Câmara, Hugo Motta, deve, pelo menos na retomada dos trabalhos após o recesso, travar a pauta prioritária do governo e dar mais espaço às iniciativas da oposição.
Aliados do chefe do Legislativo acreditam que a resposta dele à decisão do petista será na pauta do plenário.
O paraibano já deu um aperitivo do que pode estar por vir durante a última sessão da Casa antes do recesso.
Após se tornar pública a decisão de Lula de vetar o projeto que aumentaria as bancadas da Câmara, Motta não escondeu ter sido pego de surpresa, se reuniu com aliados e passou a priorizar a pauta dos opositores de Lula. Neste momento, as prioridades do Executivo foram escanteadas.
Antes da apreciação do projeto do licenciamento ambiental, os deputados deram aval ao texto que autoriza o uso de até R$ 30 bilhões do Fundo Social para que produtores rurais, cooperativas e associações renegociem dívidas financeiras relacionadas a perdas causadas por eventos climáticos extremos. As duas medidas eram rejeitadas pelo governo.
Interlocutores de Motta ponderam que a intensidade da reação pode ser modulada caso Lula e seus auxiliares busquem restabelecer pontes nas duas semanas em que os deputados estiverem com as atividades suspensas.