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Trump ameaça Powell e sacode o dólar: o presidente pode demitir o chefe do Fed?

Ao sondar parlamentares republicanos sobre a possibilidade de demitir Jerome Powell, presidente do Federal Reserve o banco central americano presidente Donald Trump sacudiu o mercado financeiro trazendo volatilidade ao dólar nesta quarta-feira, 16.

Embora tenha recuado publicamente, dizendo que não pretende tomar nenhuma medida “por enquanto”, Trump deixou uma porta aberta, afirmando que só agiria caso houvesse “fraude”. Além da oscilação do dólar, na plataforma  Polymarket, as apostas  pela saída de Powell ainda em 2025 chegaram a saltar para um pico de 40%.

Paulo Henrique Duarte, economista da Valor Investimentos, disse que essa atitude de Trump foi o que mais chamou a atenção no mercado financeiro nesta quarta-feira, 16. ” O mercado pela manhã vinha subindo, o dólar até arrefecendo. A gente teve um aumento na volatilidade pontual quando essa notícia saiu e o arrefecimento agora de tarde. O dólar continua tendência de desvalorização no médio e curto prazo e gente deve ver uma volatilidade muito maior  se o Trump mantiver esse discurso de trocar o presidente do Fed.”

Trump pode demitir o presidente do banco central americano?

Para a economista Andressa Durão, da ASA,  instituição financeira, mesmo que Trump leve adiante a ideia, Powell pode resistir. “Se Trump conseguir demitir Powell, ele seguiria no cargo enquanto processa o governo dos EUA contestando a decisão”, explica. Powell só seria afastado imediatamente se houvesse uma ordem judicial suspendendo seu mandato. Caso isso ocorra, ela explica que o cargo passaria interinamente para Philip Jefferson, enquanto John Williams assumiria as reuniões do Fomc, o comitê de política monetária dos EUA, até que um sucessor definitivo seja indicado e aprovado pelo Senado, o que pode demorar meses.

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“Trump afirmou que uma mudança, no sentido de substituir Powell, poderia ocorrer em até 8 meses. Em 1º de janeiro de 2026, Adriana Kugler deixa o Fomc, abrindo uma vaga que provavelmente será ocupada pelo novo presidente indicado por Trump”, explica. Um eventual afastamento tumultuado pode comprometer a credibilidade do banco central e aumentar a percepção de risco sobre a condução da política monetária americana, segundo a avaliação da economista.

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