A CNI, representada por seu presidente, Ricardo Alban, em reunião nesta terça-feira com Geraldo Alckmin e várias autoridades do governo Lula no Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, cobrou “ações enérgicas” e “contundentes” do Executivo federal para reverter o “retrocesso” da economia brasileira e negociar a revogação das tarifas de importação anunciadas pelos Estados Unidos.
Para a confederação, o tarifaço de Donald Trump “agrava” a situação da indústria nacional, “sufocada por juros altos e aumento de custos”. Nesse sentido, a confederação defende o equilíbrio fiscal e “maior sensibilidade por parte do Banco Central” sobre o momento econômico para levar à redução da taxa de juros e destravar os investimentos.
“Além disso, precisamos avançar em reformas estruturantes que melhorem o ambiente de negócios e reduzam custos, sobretudo em energia, insumo essencial para a indústria. Neste sentido, não há soluções fáceis. O aumento de impostos para financiar uma máquina pública ineficiente nem sequer deveria estar em discussão. Não há espaço para isso”, afirma a CNI.
No cenário externo, analisa a entidade, o Brasil precisa de “moderação e equilíbrio” para contornar a política tarifária americana. “Devemos negociar a revogação da taxação na condição de país parceiro e de nação soberana. Cabe ao governo brasileiro defender os interesses da sociedade brasileira evitando, sobretudo, as armadilhas da polarização política que o episódio coloca no caminho”, declara.
Segundo a confederação industrial, a taxação anunciada pelos Estados Unidos põe fim à previsibilidade que sustenta milhares de contratos de longo prazo, afetando tanto fábricas brasileiras como unidades produtivas no país de Trump que dependem de componentes e insumos feitos no Brasil para manter linhas produtivas e empregos.
“Aumenta, portanto, o risco de retrocesso de forma substancial, ameaçando a competitividade de ambos os lados e lançando mais incerteza sobre planos de investimento e negócios em andamento”, diz a CNI.
A entidade finaliza o posicionamento desta terça-feira afirmando que “o mesmo senso de união que deve nos governar para defender nossos interesses no mundo deve se fazer presente para atacar os problemas internos que comprometem a atividade produtiva e a nossa competitividade”, acrescentando: “Não há mais tempo de hesitar.”