Integrante do Ministério da Cultura no primeiro governo Lula, Antônio Risério, 71 anos, comentou mais de duas décadas depois sobre o motivo da sua saída da equipe de Gilberto Gil, 83, em 2004. Segundo o antropólogo, sua decisão foi tomada por uma “canalhice” do então ministro com um amigo em comum, padrinho de Preta Gil. “Ele uma vez me disse: ‘com Roberto Pinho aqui eu não consigo ser ministro’. E eu falei: ‘então, você só tem uma saída. Ou se demite ou demite ele’. Mas em vez dele simplesmente agir, ele inventou que Roberto Pinho poderia vir a fazer alguma coisa de corrupção no ministério. Não se faz uma acusação assim”, lembrou Risério, afirmando ainda que “a insegurança intelectual de Gil é uma coisa escandalosa”.
O escritor afirma que ficou furioso com a decisão do cantor e entregou uma carta de demissão a José Dirceu, afirmando ainda que o artista, que foi ministro de 2003 a 2008, nunca assumiu o cargo e vivia marcando shows na época. “Gil tem essa loucura por dinheiro também, mas o principal é que ele não estava comprando os projetos, realizando as coisas. Estava fazendo um jogo, até tirar quem ele achava que era adversário dele. Não tem o menor escrúpulo”, acrescentou Risério, que diz ter comentado sobre o caso com Caetano Veloso. “Não é que ele seja mau caráter, ele nem sequer chega a ter caráter”, contou o antropólogo, ao Poder360.
