O Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores pediu ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que casse o mandato parlamentar do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), por causa do envolvimento dele com o episódio do tarifaço de Donald Trump.
“Vergonhosamente defensor da medida econômica imposta em prejuízo da economia brasileira, Eduardo Bolsonaro tem trabalhado, ostensivamente, para associar a solução desta crise diplomática com os EUA (ou seja, a revogação da tarifa de 50% contra o comércio brasileiro) com a ‘anistia ampla, geral e irrestrita’ em favor dos crimes cometidos por Jair Messias Bolsonaro”, diz trecho do pedido apresentado na noite do domingo, 13.
Em outro ponto da manifestação, o PT diz que Eduardo ajudou a costurar o tarifaço para ajudar seu pai. “Trata-se de um parlamentar brasileiro operando ativamente contra as instituições democráticas do próprio país; um deputado federal trabalhando em prol de tarifas comerciais que podem resultar em prejuízo para a população do mesmo país que o elegeu, com a única finalidade de prejudicar a apuração de crimes cometidos por seu pai e seus aliados”, diz o documento.
O pedido do Diretório Nacional do partido se soma a outro, feito na última sexta, 11, pelo deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), que solicitou a Moraes a prisão preventiva de Eduardo. Os dois pedidos foram apresentados no inquérito em que o filho Zero Três do ex-presidente Jair Bolsonaro é investigado por tentar obstruir o andamento do caso da tentativa de golpe através da busca de sanções internacionais contra autoridades brasileiras. Segundo o pedido de Farias, Eduardo confessou essa intervenção em vários momentos, através das suas próprias redes sociais.
Como o relator é o ministro Alexandre de Moraes, ele é quem deverá decidir sobre os pedidos. Porém, a praxe é que ele ouça a opinião da Procuradoria-Geral da República (PGR), o que não foi determinado até esta segunda-feira, 14. Segundo apuração da colunista Marcela Rahal, de VEJA, a PGR deve denunciar Eduardo criminalmente esta semana por conta das tentativas de intervenção na soberania brasileira para pressionar o Brasil a inocentar Jair Bolsonaro.
